sábado, 19 de fevereiro de 2011

Aliados ou inimigos?


O INICIO DE UMA ALIANÇA

Em um mundo distante, jovens heróis se agrupam ao redor de uma fogueira. Nada que eles tivessem em comum, pois suas personalidades eram bem destacadas, apenas nesta noite fria e úmida estão juntos para se aquecerem. Movidos por uma bebida doce e viscosa estão embalados na cantoria de um bardo, que toca milagrosamente bem, para um bardo!
—Hei! Bardo! Sabe alguma musica de amor? To cheio desta cantoria de guerra e luta, pra isso serve o dia-a-dia!
—O deixe cantar! Um dia ele cantará os meus feitos! “O grande Dinorc Hanzel, o senhor de todas as eras”!
— Se um dia alguém for pronunciado numa canção de bardo serei eu! Grita lá detrás de uma grande pedra uma elfa majestosa, de aparência delicada e frágil, usando roupas cor de terra em diversos tons, o tecido diáfano e leve.
Chegando próximo a fogueira pode-se notar a cor de seus olhos prateados de aparência sedutora e profunda. Seu penteado retém uma cabeleira bem cuidada como toda elfa, presa por delicadas folhas verdes, em um emaranhado elaborado sobre o alto da cabeça, deixando a mostra uma cicatriz em forma de seta apontada para baixo em sua nuca.
O bardo para a música e pergunta:
— Quem é você que surge neste rompante e deslumbram a todos nós meros viajantes nesta noite cálida? Venha sentar-se junto a nós Ó bela!
—Boa noite! Sou Pandora Plantageneta, Condessa do Clã Plantageneta! E vocês quem são?
— Eu sou Songue, o Bardo! E estes são meus amigos de jornada...
...interrompendo a fala do bardo...
—Eu sou Dinorc Hanzel! Seu criado! Tomando as mãos de Pandora e fazendo uma reverência.
— Cuidado com este ai Condessa Plantageneta, só faz isso por interesse, ele não passa de um ladino, e ta achando que você e a mais nova fonte de ouro... Hehehehe — fala um grande homem, ou seria um anjo? Que estava sentado assando uma caça na fogueira.
— E você quem é? Pergunta para o cozinheiro da fogueira.
— Meu nome é Chuck Luchard!
Nesta hora Pandora vê que este homem agora de pé mede quase 2 metros de altura, tem cerca de 170 kg, pois tem uma massa muscular bem definida, curiosa ela se aproxima, vê que tem um olho castanho claro (direito) e azul claro (esquerdo), mais o que mais a intriga são as asas, aproxima-se mais e tem mais uma surpresa! Ele tem orelhas de elfo, mas ele não é um elfo, é um meio-elfo, então ela faz uma cara de nojo.
— Aff! Você é um meio-elfo! Eu sou sangue puro! Uma Plantageneta!
—Ah! Grande coisa. Pelo que percebo você esta sozinha sem seu séqüito senhora!
— Hei,hei,hei! Vamos parar com isso! Neste momento, neste luar, escutando boa música, bebendo este nécta, comendo esta caça maravilhosa, vamos deixar de animosidades! Que tal contarmos as nossas histórias ao redor desta fogueira enquanto esperamos o dia amanhecer ou até cairmos bêbados?- interpela Dinorc.
— Eu concordo! Diz Songue, o Bardo. Assim terei material para compor meus versos sobre vocês, se vocês permitirem é claro.

A HISTÓRIA DE DINORC HANZEL:
 — Eu começo! Sou Dinorc Hanzel, nasci em Hentil, próximo a capital do reino, minha cidade foi parcialmente destruída por um mago que soltou uma bola de fogo extremamente forte, meus pais morreram no ataque, e para sobreviver iniciei na arte da aquisição, isso ocorreu quando eu tinha sete anos, à medida que fui crescendo, fiz contatos com pessoas de outro tipo de formação que me deram a motivação de sair do lugar miserável onde cresci e parti para outros lugares melhores. Logicamente eu rapidamente aprendi que as habilidades que serviram para a minha sobrevivência poderiam ser úteis para adquirir riquezas e poder.
“Resolvi me unir a um grupo de aventureiros para adquirir experiência e riqueza. Por causa de minha formação, eu procuro forjar alianças dentro do grupo ao qual estou e sei que tenho alguma lábia e persuasão para cobrir minha própria retaguarda. Foi quando numa destas aventuras me meti em muitas enrascadas e fui preso, aos 17 anos aprendi a arte do disfarce, e da esquiva, tenho talentos especiais de furtividade e perícias que venho adquirindo durante o meu tempo de profissão.
“Encontrei Chuck com 18 anos, hoje não cabe dizer a minha idade, só gosto de informar que sou bastante experiente.
“Encontrei o Songue há dois dias. E estamos andando juntos. O Songue está procurando a Princesa do Império Humano. Eu estava perdido nas tormentas como um aventureiro fugindo da guarda de elite imperial. Porém agora eu estou por aqui, comendo esse churrasquinho que está muito bom por sinal, obrigado Chuck!

A HISTÓRIA DE SONGUE:
— Bem o meu nome não é Songue. Este é o meu Sobrenome "DeSongue".  Não me perguntem qual o meu nome por que é segredo de estado, eu REALMENTE odeio o meu nome. Não é um nome amaldiçoado nem nada. É só ridículo. Pura e simplesmente ridículo... Por isso, chame-me apenas de Songue, ok?
“Tenho algumas habilidades mágicas como bardo, afinal cabe a mim comunicar e transmitir as notícias de lugares afastados, alem é claro o entretenimento. Sou um amigo da sabedoria. Um mágico do verbo, falado e escrito. A partir destes fatos, e sendo um bom Elfo, minhas funções são bem apropriadas:
“Sou, sobretudo poeta, artista e escrivão e, quanto a isto, está sob a proteção da Tripla Deusa Brigite (Arquétipo inspirador das obras) e sob a influência de Ogmios (o Arquétipo das ligações entre deuses e homens, e da eloqüência).
“Como Bardo sou músico, o que distribui o louvor e a censura sem fazer uso da escrita. Lembro-me de que, para a Tradição Druídica, a palavra (principalmente, embora não unicamente, escrita) é inferior, em transmissão e dignidade, ao pensamento.
“Tenho também por atribuição tanto à história e a genealogia quanto a literatura, a diplomacia, a arquitetura. Conservo o fundo lendário das antigas crenças.
“Conheço a maior parte das outras formas de sabedoria, de filosofias. Mas, procuro, mais particularmente, aprofundar-me na sabedoria contida na Vida Druídica. Esforço-me em assimilá-la bem e cogitar em seguida.
 “Já conquistei cidades com minhas canções, damas jogam-se aos meus pés, e sempre aonde chego tem uma boa cama e comida quente a minha espera.
“Gosto de ser elegante. Sou O artista!
— Você não é nada modesto em Songue!Interfere Chuck.
— Já que você não gostou porque não fala de você?
A HISTÓRIA DE CHUCK LUCHARD
— Bem o que posso falar de mim, eu sou semi-imortal, tenho poder de regeneração, como todos vêem tenho asas sei voar, não sou fracote, gosto de um bom combate. Sou descendente de mãe Elfa Cinzenta e pai Meio-Anjo.
“O que me lembro de minha mãe logo ao nascer e antes dela nos deixar é que suas vestes faziam dela a mais impressionante Elfa, seu porte elegante e sua beleza natural faziam parecer uma criatura sobrenatural. Tinha os cabelos prateados e olhos âmbares. Quando se vestia para batalhas, conta meu falecido pai, usava armadura simples ou cota de malha e protegia sua cabeça com capacete alado. Suas armas, criadas por mestres artesões élficos, brilham mais que qualquer outra luz.
“Tenho algumas perícias de luz e magias que herdei e no decorrer dos anos que vim acumulando.
“Tenho dois códigos de honra: Honestidade e dos heróis, bom é isso, e não posso dizer que estou com uma boa fama, pois andar com um ladino causa isso! Pisca o olho para Dinorc.
— Agora dama da corte dos Elfos que tal falar um pouquinho de você?
A HISTÓRIA DE PANDORA PLANTAGENETA
— Bom como falei ao me apresentar sou a Condessa Plantageneta, meus pais foram mortos num ataque de dragões Lynch e Orcs ao nosso castelo. Muitos de nós depois disso pegamos em armas, e desenvolvemos habilidades antes esquecidas
“Fui casada com Ohara, que me ensinou como defender-me em momentos críticos. Atualmente fui à cidade vender um anel ao Mestre Colecionador de Artefatos, pois preciso construir um navio, o qual me pagou razoavelmente para poder fazer esta empreitada.
“Atualmente meu navio está ali atrás, depois daquelas pedras e árvores. Pretendo ir à ilha dos piratas. Pois sei que existem muitos tesouros a serem descobertos por lá.
— Vai precisar de ajudantes? Interrompe Dinorc, que ao escutar a palavra tesouro já ficou animado.
—Sim, vou precisar, porém, não poderei pagar a ninguém, e lá na ilha vai ser cada um por si no que puder carregar. Porém como estava falando, meu navio, estou construindo com materiais mágicos, e alguns homens contratados nas cidades vizinhas, que agora trabalham dia e noite, espero que no raiar deste dia esteja pronto, só depois de finalizá-lo é poderemos embarcar.
 Neste instante escuta-se um trovão e um relâmpago corta uma arvore próxima aos companheiros.
Escuta-se a exclamação:
— Por Cassus! Parece que os deuses estão ao nosso favor e querem selar nosso acordo na base do fogo!
—Que seja! Gritam todos, Por Cassus! ORCS!
Imediatamente todos se põem em sinal de alerta, estão cercados por um numero generoso de orcs.
Tendo ao centro apenas a fogueira, cada um se arma a sua maneira, ao mesmo tempo.
Songue, tenta comunicar-se com os orcs, porém é em vão seu intento.
Dinorc, agilmente saca de uma pequena catana.
Chuck desembainha uma espada da classe “Montante” (Fullblade, para os anões) com 2 metros de comprimento, feita de um estranho metal branco, um raro minério anão mais resistente que o aço. Quem a vê sabe com certeza que é uma espada mágica.
Pandora, sem esperar gira sua espada no ar e grita: ROCHAS DE OHARA!
De repente todos sentiram o chão sobre seus pés tremerem, como um grande terremoto. Rochas começaram a sair do solo e atirando-se aleatoriamente sobre todos.
Imediatamente Chuck embainha a espada segura Songue em um braço e Dinorc no outro, voando o mais alto que pode.
La em baixo as rochas estão caindo e reerguendo-se numa velocidade alucinante, deixando mortos os orcs que os tinham cercado.
Pandora, jogada para o lado pelo impacto de uma das rochas, estava no chão... Desacordada.
Chuck deixa os seus dois acompanhantes de vôo, próximo ao navio de Pandora, e vai até ela resgatá-la. Ao ser erguida, Pandora descobre-se nos braços do vigoroso meio-elfo, e fica calada. Ao chegarem perto do navio os três companheiros a cercam.
— Você é maluca, sua doida? Quase que nos mata junto com os Orcs! Grita Dinorc.
— Estão todos a salvo não? – responde Pandora com desdém.
— Mais poderíamos ter morrido! – brada Songue- Se não fosse pelo nosso amigo emplumado aqui, nunca mais escutar-se-ia uma história tocada por mim.
— O que diabos foi aquilo? Questiona Chuck.
— Calma pra que os ânimos exaltados? Estamos bem, eu vi na hora que se eu não interviesse daquela maneira vocês não teriam a mínima chance.
—Hã?! Exclamam os três juntos.
—Você nem nos conhece como poderia saber que não daríamos conta de uns poucos Orcs? Você Senhora Condessa é muito impertinente! Reclama Chuck, exaltado.
— Bom, já está amanhecendo, e como vocês podem observar o navio está quase carregado faltando apenas algumas coisas que estão ali fora, aponta para o lado, onde estão várias armas e catapultas, o suficiente para uma guerra. —Quero saber se vocês pretendem se juntar a mim ou ficar aqui como fracotes amedrontados, fala olhando diretamente para Chuck.
Os três resolvem confabular separadamente, porem como todo Elfo, Pandora tem ótima audição, e fica atenta na conversa.
— Vocês são doidos de entrarem neste navio, fala Songue, essa Elfa é maluca, vocês viram ela quase nos matou!
— É, porem você tem que convir que vamos ao encontro de aventuras e poderemos retornar com bastante aquisições dos piratas! Fala Dinorc.
— Eu não pretendo ser chamado de fracote por nenhuma elfa doida, sei que posso dar conta de tudo e mais um pouco, aquela baixinha não sabe com quem está lidando. Fala Chuck injuriado.
— Então é preparar para o que der e vier inclusive deste nosso novo lado aliado, e partir para a briga. Também estou cheio de ficar em terra... (Dinorc se lembra da guarda que o estava perseguindo) Seria ótimo pra nós três viajarmos, seremos novamente aventureiros, e além do mais poderemos trazer os tesouros, e quanto a você Songue, nada melhor do que esta jornada para contá-la como uma ótima historia e você Chuck, não vai se abater por causa de uma nobrezinha, ou sentir-se menosprezado vai? Vai deixar ela te tratar assim? – lá estava Dinorc usando todo seu poder de persuasão.
— Está bem, falam os dois, nós vamos.
Neste instante, como do nada, Pandora aparece do lado e fala:
— Maravilha! Então meninos mãos a obra, por favor, coloquem este material que esta ali – aponta pras catapultas, no navio.
Chuck, fala pra Dinorc, que o acalma com um gesto — quem ela pensa que é nos chamando de meninos?
E vão os três carregar o navio. Chuck faz o trabalho praticamente sozinho, pois Songue tem mãos delicadas, como todo artista, e não poderia enchê-las de calos, senta-se sobre uma pedra e com seu bardo, entoa uma canção que da animo e vigorozidade mágica a quem escuta. Dinorc como todo bom “aquizidor”, faz de conta que está carregando coisas que necessitam de muiiiiito tempo para arrastá-las. Já Chuck, irritado pelos acontecimentos anteriores, e incentivado pela música do bardo, tem sua força sobre-humana duplicada, e carrega o barco com as mais pesadas das catapultas, erguendo-as do solo e depositando-as no deque do navio como um guindaste de asas.
Ao raiar do dia o navio já se encontrava com toda tripulação a bordo seguindo em direção ao sol nascente, destino: Ilha Pirata.

A CAMINHO DA ILHA PIRATA

O Ocean, nome do navio de Pandora, era navegado por velas e propulsão humana, onde mais de 600 homens e 200 canhões estavam instalados em conjunto com as catapultas, tendo, porém por sua blindagem mágica, a aparência de um navio mercante, sendo na verdade este navio uma gigantesca máquina de guerra. Indo ao encontro do terreno de caça dos piratas, que atacavam primeiramente os navios de passageiros, mas posteriormente todos aqueles de todas as nações com colônias e postos avançados de comércio na área. Os grandes tesouros de ouro e prata que eram amplamente comercializados sempre chamaram atenção dos piratas. Muito deles eram oficialmente recrutados por nações em guerra.
A Ilha Pirata é uma ilha pequena; é uma ilha com quarenta quilômetros de comprimento e uma largura máxima de sete. Com um campo de força mágico, onde só aqueles que os Deuses querem que se aproximem podem vê-la.  Ainda que seja muito rochosa, está repleta de grandes árvores que crescem onde não se consegue ver solo, tendo as suas raízes em cima das rochas. O lado norte da ilha é desabitado e quase inabitável, pois não tem nem praias nem porto, com a exceção de algumas fendas entre as falésias. Mesmo na vertente sul, só é habitável graças a um porto de abrigo onde os navios podem se refugiar. Tendo em sua flora plantas medicinais, arbustos frutíferos, e na fauna javalis selvagens, grandes bandos de pássaros e caranguejos marinhos e pequenos caramujos terrestres comestíveis na costa.
Além de uma gigantesca fortaleza batizada de La Caveira, pelo seu formato, visto de cima, o de uma gigantesca caveira, recostada em rochas com diversas cavernas.
No Ocean, a euforia estava em todos os rostos, repletos de esperança em novas conquistas e de um bom combate.
Dinorc, ao lado de Songue que sentado ao convés recita suas poesias, parece dormir, quando percebe um movimento estranho e obscuro a estibordo.
Ficando atento, porem com olhos semi-serrados, vê que o movimento com transparência, parecido com sua técnica de furtividade, é sem duvida feito por uma entidade semi-mística.
Espreguiçando-se, segue o vulto como se nada tivesse acontecendo. Percebendo que o mesmo esconde-se dentro de um barril.
Vai até onde Chuck se encontra sussurra algo em seu ouvido e ambos vão pra junto de Pandora, que atarefada, solta sua magia de frutas e verduras sobre as algas colhidas no mar. Magia conquistada através do medalhão que traz dependurado em forma de colar. Transformando as algas em alimentos, que se fossem trazidos nos porões seria um peso a mais, impedindo de trazer mais armamentos.
— Pandora! Precisamos falar com você em particular.
— Só um momento, pronto. Imediato leve estes viveres para a cozinha.
— Sim My lady.
—O que vocês querem? Podem falar.
— Você precisa vir com a gente.
— Para onde?
Sem mais explicações. Chuck abre suas asas e carrega os dois num sobrevôo pelo navio.
— O quê é isso? Exijo explicações!
— Calma Pandora! O assunto é sério e grave. Por isso não pode ser dito a bordo do navio.
— Vamos logo! Estou esperando explicações!
— Antes de qualquer coisa, realmente precisamos saber o porquê desta empreitada sua até a Ilha Pirata. Pois parece que temos um intruso não autorizado a bordo do Ocean. E pelo que observei, ele tem um poder especial de ilusão, esquiva, e mutação. — conclui Dinorc.
— Eu, diz Chuck, também pude usar a infravisão (poder que vê corpos quentes), e constatei realmente a presença do intruso.
— Hum, isso não é bom. Passei um pente fino em toda a tripulação...
— É o que também achamos, vimos inclusive que tem uma certa homogeneidade em toda ela.
— É por isso Pandora, que precisamos saber por que você vai a Ilha Pirata. E não diga que é por que está atrás de tesouros, que isso não cola. Afinal, já observamos que você não é nenhuma pobretona. O que só pode ser pelo motivo de uma grande aventura. O que me faz pensar que detestaria ficar de fora. Fala Chuck.
Pandora vê que realmente está na hora de dar um voto de confiança aos dois companheiros.
— Ok! Mais só irei explicar uma vez!
“Há um tempo atrás eu estando em uma de minhas viagens me vi contatada telepaticamente por um ser, que está preso magicamente em forma de espada. Busquei ajuda nos maiores magos desta terra e de outras. Até que um mago muito poderoso conseguiu encontrar de onde vinha às ondas telepáticas. E este lugar fica exatamente na Ilha Pirata. Porém, também durante a minha pesquisa, fui informada dos perigos que poderiam ocorrer durante a viajem, do patrulhamento que eles fazem do mar, e da grande fortaleza que existe lá. O que me fez não só construir o Ocean, como também armá-lo da maneira que vocês viram.
“Este ser que me fala em pensamento, sofre a mais de milênios, e pelos escritos encontrados, foi aprisionado por todos os Deuses, após uma terrível batalha onde ele foi selado nesta forma. E que só um descendente direto da linhagem dos Deuses, que tivesse sangue divino, poderia através de um pacto de sangue, libertá-lo das correntes. Porém, também seria responsável por tudo que ocorresse com esta liberdade.
“Desde que venho tendo estes contatos telepáticos, eu também tenho sonhado com um dragonete, que é o guardião da espada. É por esta espada que estou indo à Ilha Pirata.
— Então, significa que você foi escolhida pelos Deuses para ser a guardiã?! Que você é a descendente esperada?Pergunta Dinorc.
— Sim.
— E por que será que temos este intruso a bordo? Será um espião pirata?
—Chuck, você pode ver os contornos dele, não foi?
— Sim.
— E como ele é?
— Infelizmente o contorno de suas formas eu diria que é comum, e isso realmente não ajuda. Teremos que ficar de olho a qualquer movimento suspeito. Pois poderemos ser atacados quando menos esperamos.
— Então, diz Pandora, vamos ficar alertas, pois não quero nenhum inocente morto por displicência nossa afinal só nós quatro e agora este ser, temos poderes especiais.
— Ok! Vamos voltar a bordo e avisar Songue do ocorrido, porém discretamente.
Descem os três ao navio. Onde está sendo servido o almoço.
O navio agora está sendo movido ao sabor do vento, indo a quinze nós.
Após a refeição Pandora vai até o pavilhão das bandeiras do navio, onde estavam a bandeira Plantageneta, a bandeira do Império e a bandeira Pirata. Escolhe colocar a bandeira pirata, para que pudessem ser confundidos pelos piratas como sendo um navio aliado.
E vão navegando assim por mais cinco dias. Quando de repente vê-se no horizonte dois navios do império.
Sabe-se da velocidade destes navios, e que a necessidade de colocar a bandeira imperial é evidente.
Pandora vai até o pavilhão. Onde está a bandeira do Império? Desapareceu misteriosamente. E ela sabe que estão numa enrascada, pois não quer que nenhum humano pereça, ou seja, preso.
É dada a ordem:
— Velas e homens aos seus postos! A toda força! Preparem-se para sermos abordados! Grita Pandora.
Ela então lança sobre as velas um vento mágico para aumentar a velocidade do Ocean, que agora está a vinte cinco nós.
Porém, os navios do império já os tinham visto. O Ocean estava muito pesado, com todas aquelas armas. Em três horas de perseguição constante, os navios do Império iam aproximando-se a distancia de fogo. Então mesmo com a canção do bardo, os homens já estavam exauridos, alguns já desmaiavam de cansaço. Foi quando neste momento o primeiro navio do império abaloou o mastro principal, impedindo de Pandora continuar a usar sua magia de ar.
Em um ato de valentia, força, e destreza Pandora volta-se para Chuck.
— Os homens não irão agüentar por mais tempo, ha cinco horas que eles incansavelmente remam. Temos que substituí-los.
Então os dois seres mágicos, a Elfa e o Meio-Elfo, correm para os remos, onde os homens estão alguns desmaiados, outros prestes a desmaiar, e assumem a força motriz do Ocean. Naquele instante foi como colocar um motor de mil cavalos. O Ocean praticamente voou Dinorc que pilotava o navio guiado por Pandora que lhe enviava telepaticamente as coordenadas da ilha e quem estava no convés teve de se agarrar para não ser jogado ao mar pela velocidade empregada.
A viagem que iria durar três meses estava agora praticamente completada em apenas três semanas.
Quando Chuck e Pandora viram que não havia mais perigo, resolveram parar para poder consertar o mastro principal.
Pandora por ser uma elfa da Terra, usando seu focus mágico, colheu do fundo do oceano a terra e Chuck solidificou em baixo d’água com seu poder de luz, gerando um lazer capaz de endurecer, mesmo em baixo d’água a coluna de terra criada por Pandora. Ao saírem os dois da água colocaram no navio o novo mastro usando o Poder de Permanência para soldá-lo ao navio.
Estavam prontos para chegarem a Ilha Pirata, com vestígios de guerra no próprio Ocean.

A ILHA PIRATA

O Ocean atraca na face norte e desabitada da Ilha.
Pandora então, com um movimento das mãos faz gerar próximo ao navio um caminho solido que ligava a ilha ate o Ocean, onde os botes facilmente depois de desembarcados puderam aportar e os homens desembarcaram com facilidade. Sem necessidade de fazer alardes junto aos atracadouros oficiais da ilha que ficavam na face sul.
Devidamente tudo desembarcado, homens, munição, catapultas; agora a tão chegada hora da invasão, chegara, e todos estavam excitadíssimos.
Pandora vai ate onde seus novos amigos estão e faz a proposta.
— Vocês, e só vocês sabem do motivo que me trouxe aqui. Daquele lado, na face sul está à Fortaleza e a cidade pirata, juntamente com todos os seus tesouros. Como também havia dito, aqui será cada um por si, e não poderei proteger ninguém. O meu chamado está deste lado, os opostos do qual todos irão seguir. Então gostaria de saber qual rumo vocês pretendem tomar?
— Já esperávamos por esta pergunta. Fala Dinorc. Eu e Songue pretendemos seguir para a batalha com os homens do navio. Sabemos que nossas perícias serão de bastante utilidade, não só para a sobrevivência de todos, como também para podermos voltar a este ponto, como ponto de encontro.
— E porque você não vai com eles, Chuck?
—Por que a curiosidade em ver este ser, criatura, espada ou dragonete que você tanto fala me faz achar mais interessante. Fora acho que não seria bom você ir sozinha nesta empreitada.
— Eu sei me cuidar, quanto a isto não importa! Porém a oferta da companhia a aceito.
— Então estamos acordados! Diz Songue. Dentro de dois dias devemos estar aqui neste lugar, colocando nossas novas aquisições no navio.
— Ok! Dois dias, se vocês não aparecerem iremos ao encontro de vocês. Fala Chuck.
Partem então Dinorc e Songue na direção da Fortaleza da Caveira “La Caveira” como era conhecida, juntamente com os homens, munições e catapultas.
Chuck então se dirigem para Pandora:
— Então para onde vamos? Posso te carregar...
— Eu não preciso disto, está esquecendo que sou uma Elfa Pura?
E neste momento, Pandora usa a magia do teleporte, que lhe consentia o destino num raio da sua visão élfica.
Depararam-se os dois em frente a uma caverna, que mesmo o mais principiante em magias via que estava recoberta a caverna e a montanha por uma barreira mágica.
Ao aproximassem um tremor faz surgir um Guardião de Pedra gigantesco, que magicamente se desgruda da encosta da montanha.
Prontamente Pandora saca um bastão de dupla lamina retrátil e se põe em combate. Infelizmente sua espada Elanor, que era vorpal e retornável, havia sido roubada no ataque sofrido por toda a sua cidade e que havia morto seus pais. Então este bastão dupla lamina foi forjado por um ferreiro imperial, por ordem do rei, que por saber da missão de Pandora, e do destino ali selado, auxiliou na escolha dos homens para a empreitada.
Chuck vendo aquele ser que mais parecia um grande gladiador, e cujos braços de pedra esmagariam facilmente qualquer ser humano, se põe em combate. Com um movimento vigoroso entre as mãos ele foca uma grande massa sólida circular concentrada. Condensando em uma esplendorosa esfera de energia para em seguida atirá-la de encontro ao Guardião, ao mesmo tempo em que ele faz estes movimentos ele fala:
— Luz da Justiça!
Porém, o poderoso golpe parece não fazer nenhum risco sobre a superfície rochosa do Guardião. Onde se pode observar agora que se aproxima vagarosamente, por conta do seu peso, tem uma armadura revestida de metais, diamante e widia (carboneto de tungstênio). Ao ser atingido pela Luz da Justiça, ele revida soltando em uma velocidade surpreendente bolas do tamanho das de canhão de rocha dolerita – pedra dura e resistente – chegando a uma velocidade de impacto de 300.000kg/h. Só havia uma única maneira de esquivar-se deste golpe. E foi voando que Suker conseguiu escapar.
Pandora vendo a fúria do Guardião opta por atingi-lo nas pernas, no intuito de derrubá-lo, porém seu bastão mostra-se ineficaz a ponto de não causar nenhum arranhão.
Chuck neste instante saca a Alva, que brilha intensamente e a enfia na terra gerando um campo eletrostático e magnético, era o golpe chamado “Resplendor Final”.
Percebendo que os poderes de Chuck poderiam paralisá-lo momentaneamente. Pandora segue em direção a caverna e com uma das mãos quebra a barreira da entrada da caverna e entra velozmente em seu interior.
Chuck vendo a movimentação de Pandora e aproveitando que o guardião de pedra encontrava-se paralisado, vai em direção da caverna. Que em sua entrada não passava de 1,5m de comprimento, tendo ele de entrar praticamente de joelhos.
Ajustou um pequeno focus de luz nas mãos e penetrou a caverna que se mostrava escura e densa em seu interior.
Neste instante Pandora está na galeria principal, uma caverna belíssima com estalactites e estalagmites resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água. “Estas rochas ocorrem na presença de água. A água, que escorre pelas paredes ou em torno de colunas e estalagmites mais antigas, formaram toda sorte de figuras. Uma das formas mais bonitas estava ao centro na forma de órgãos, semelhantes a grupos de estalactites coladas nas paredes. Também existiam cascatas de pedra, escorrimentos de grandes volumes e com formatos variados. Outras formas de escorrimento criaram discos ou folhas projetados das paredes, lustres ou pingentes no teto e placas estalagmiticas que se acumulam no chão cobriam grandes áreas ao invés de subirem verticalmente. A água criou gotículas, bolhas e outras formas.  Estalactites de pequeno comprimento que crescem lado a lado, chamados de dentes de cão circundavam toda a caverna.”1
Exatamente no centro havia um grande brilho que fazia iluminar o interior e dava vida especial a esta paisagem lunar.
A voz agora muito mais nítida e real, falava com Pandora.
Voltando-se na sua direção, Pandora vê o dragonete dos seus perturbados sonhos agora materializar-se em sua frente.
— Pandora! Você veio ao meu chamado! Fala o dragonete.
— Sim, porque me trouxesse aqui?
— Porque só você descendente dos Deuses pode ter a missão de me libertar.
— E por que eu deveria fazer isto? Afinal estais aprisionado pela vontade deles!
— Você é a minha substituta como guardiã, e em todos estes milênios estive esperando a sua geração. Estamos ligados espiritualmente, mentalmente. Serei o complemento a sua força de combate, o elo do seu majestoso poder sobre a natureza. Você, e só você tem o poder de me chamar na minha forma atual, que é esta que você vê agora, sou o guardião do selamento. E aquele que estou selando está muito fortalecido, e meu poder não mais consegue segurar Galdrageno. E só você pode ser a guardiã pelo seu sangue divino.
— Mais você é um dragão?
— Sim, em forma alternativa, sim. Porem neste instante sou apenas um simples instrumento, e ineficaz, acorrentado pelo destino, em busca das suas mãos. Pois só você poderá ter o controle sobre mim. Você a Senhora do meu Reino e eu serei eternamente seu servo.
— E o que eu precisarei fazer?
— Antes de qualquer coisa precisaremos selar nosso pacto de fidelidade com sangue. Então neste momento o dragonete corta uma de suas garras vigorosas e faz brotar uma gota de sangue. Pandora então faz o mesmo, corta com a ponta de uma faca seu polegar e juntando seu sangue ao sangue do dragonete sela o tão esperado pacto.
Foi quando numa explosão de luz, ele some e dá lugar a uma belíssima espada cuja lamina continha escritos mágicos do selamento dos Deuses, revestida de pesadas correntes emaranhadas que substituíram sua bainha. Sua empunhadura era belíssima e era constituída do Habaki que é a uma peça de metal geralmente dourada que separa a lâmina da espada e a bainha, como uma jóia em forma de borboleta estilizada, pois se podia ver a virilidade do talhe contido no designer e a suavidade do cravejamento de suas jóias. Medindo mais de dois metros de lamina, cujo cabo podia-se ver a cabeça do dragão e a sua lamina seria o esplendor de sua cauda.
Pandora então se dirige para a espada. Assim que suas mãos tocam a espada, uma vibração atinge a caverna, e todas as correntes que antes prendiam a espada magicamente no solo, são dissolvidas, esvaindo-se em pó.
A espada fala telepaticamente com Pandora:
— Eu sou Tirundik, servo fiel da sua alma. Sou retornável, vorpal, pois a lamina é sempre afiada e inquebrável feita de material divino, o que também me faz sagrada, te darei bônus em todas as tuas magias, principalmente na tua especialidade, já que és um Elfo da Terra. Aumentarei teu dano nos combates gerando maior poder de força. Basta invocar-me e estarei aqui. E meu antigo guardião é Bill Blue.
Então a espada em um brilho místico se funde com o medalhão que Pandora traz no pescoço transformando-o em um magnífico bracelete, que adere a pele de Pandora cuja forma simbiótica nenhum ladino conseguiria arrancar. Com uma pedra mística e cintilante ficaria impossível passar despercebido aos olhos dos mais conhecedores de peças raras.
Neste instante Chuck adentra na caverna, observa Pandora e o ocorrido.
Então Pandora diz:
— Vamos, está na hora de irmos ajudar nossa tripulação.
Ao saírem da caverna percebem que o Guardião de Pedra transformara-se em pó, assim como as correntes que prendiam a Tirundik.
Chuck e Pandora caminham em direção a face sul da ilha.

GALDRAGENO

Dinorc e Songue juntamente com a tripulação estão indo ao encontro da Fortaleza. A caminhada em um determinado momento encontra-se dificultada pela vegetação que naquela área por ser inabitada é densa e fechada.
O que nossos bravos heróis não contavam é que, como bons piratas, eram mestres em suas habilidades, eles haviam espalhado por toda a face norte da ilha inúmeras armadilhas, das mais diversas espécies.
Os primeiros a serem pegos em armadilhas de cordas foram 30 homens desavisados que iam à frente. Abrindo picadas entre as árvores. Dinorc então se coloca em prontidão, pois ele e Songue após soltar os marujos decidiram checar à frente para evitar novas armadilhas e emboscadas.
Ledo engano pensar que estariam livres de novas armadilhas. Nunca visto antes nossos dois heróis, mestres do disfarce, senhores da esquiva, conhecedores das armadilhas, caíram em todas as armadilhas que encontraram pela frente, um verdadeiro fiasco. Se não fosse Songue com seu poder de bardo ele e Dinorc ainda estariam presos com os homens e armas no fundo de uma grande cratera, que estava recoberta de folhas.
Songue começou a tocar magicamente uma musica de força e resistência que fez a todos com a força dos braços fazerem uma escada humana, onde foi passada as armas e os homens que caíram na cratera.
Agora estavam a apenas 2 horas da Fortaleza da Caveira.
Nisso Pandora e Chuck aparecem do nada. Pandora havia usado o teleporte pra chegar ate onde Dinorc e Songue estavam.
—My Lady — exclamam os marujos, ajoelhando-se. Eles agora não sabiam se Pandora era uma Elfa, uma feiticeira, uma deusa ou uma ninfa celestial. Mais por via das dúvidas o melhor era obedecer e ajoelhar, pois ela não era humana.
— Bom estar novamente com vocês. A minha missão nós concluímos, pisca o olho pra Chuck. Venho agora ajudar-vos no que prometi. Recursos fartos e ganhos maravilhosos.
Porem vejo que estão famintos. Então vamos acampar, mais não façam fogueiras, pois não queremos alertar aos piratas. Ficaremos ate a meia noite aqui, e então partiremos para o ataque.
Era o fim do entardecer, o que dariam um descanso de um quarto de dia.
Enquanto isso magicamente Pandora fez surgir frutas que alimentou a todos os presentes.
Alguns homens resolveram dormir, outros estavam a limpar os facões que haviam aberto as picadas afiando-os.
Songue e Dinorc comentavam a Chuck como esta viagem ate ali tinha sido complicada e cheia de armadilhas. E que agora só estava faltando uma emboscada. Que eles deviam estar preparados.
Chuck com o cair da noite resolve fazer um sobrevôo discreto para checar a fortaleza. Era uma noite sem luar, o que dava a ele uma boa cobertura.
Pandora resolve recostar-se na relva e tirar um cochilo.
Acorda sobressaltada com o burburinho causado pelos homens. Colocando-se em alerta imediatamente.
—Dragão, DRAGÃO!!!!!!
Os homens estão desesperados.
Chuck vê quando um imenso dragão de 25 metros de comprimento e cerca de 20 toneladas surgir acima do acampamento, e velozmente voa ate ele com a Alva em punho.
Pandora sente um grande poder telepático vindo do dragão.
Ela então fala em pensamento com ele.
—Quem é você e o quer aqui?
—Ah! Ah! Ah! Então quer dizer que aquela mosquinha do Bill Blue, não falou quem eu sou?
— Então você é Galdrageno!
— Para você mocinha sou o Deus do Vácuo, Senhor do Nada, Galdrageno. Soberano da Terra, Senhor dos Deuses!
            Pandora então enfurese-se
            —“Mocinha”, Como ousa me chamar “Mocinha”?
            Seus olhos agora estão prateados e reluzentes, seus cabelos estão em pé elétricos, como que por energia, em volta pequenas rochas a circulam.
            —Galdrageno! Retornar!
            E o dragão majestoso transforma-se na espada Tirundik, que voa para as mãos de Pandora e em seguida penetra no bracelete.
            Chuck neste instante pousa com a Alva reluzente.
—Pensei que estávamos sendo atacados.
—Não, ele é meu pupilo. A minha missão é ser a guardiã deste Deus.
Para o espanto de todos, alguns homens estavam agora ajoelhados aos pés de Pandora cientes do grande poder desta Deusa que estava com eles. O que os encheu de coragem para enfrentar os perigos que iam vir na Fortaleza da Caveira.

A BATALHA NA FORTALEZA DA CAVEIRA

A fortaleza era feita de rocha sólida e em volta dela havia uma Vila onde as famílias dos piratas viviam e ao mesmo tempo comercializavam seus achados.
Existia uma taverna, muito disputada pelos homens por não só vender um ótimo rum como também pelas beldades que se apresentavam com danças sensuais.
Coube a Songue a missão de investigar a quantidade de homens e a situação de defesa do lugar. Usando vestimenta para disfarce e para ações noturnas e sorrateiras, ele chega com sua habilidade de ilusão a este tão afamado bar.
 Àqueles que o observa ele não passa de mais um pirata, sedento de um bom rum e de divertimento. Então ele discretamente, pois ninguém consegue perceber sua manobra, saca o bardo e toca uma suave melodia que magicamente faz todos adormecerem.
É neste instante que Dinorc entra, também disfarçado e com tapa orelhas feito de pelo de centauro assim como toda a tripulação e inicia a pilhagem dos presentes. Não há gritos, nem, choro, nem brigas, a música hipnótica fez todos perderem os sentidos, incluindo animais que estavam circundados no lugar.
Saindo da taverna Songue continua a tocar esta musica, embalando os sonhos dos que estavam de sentinela.
Dinorc então faz um gesto de alerta que comanda a tropa dos homens para o ataque a entrada da Fortaleza da Caveira. Afinal o objetivo principal era recolher os tesouros, cujo 30% seria dado ao Império e os outros 70% seria dividido em espólio para todos os integrantes do navio. Com o mínimo de baixas possíveis, e de preferência sem derramamento de sangue.
As catapultas são então direcionadas para o grande portão de metal e madeira, que também servia de ponte levadiça.
Todos estão em alerta, pois é sabido que com o barulho do ataque das catapultas o efeito da musica hipnótica do Bardo não teria mais efeito, e todos teriam de lutar.
Armas em punho estavam agora esperando a ordem vinda de Pandora. Foi quando então ela teve uma idéia. Chamou Chuck, Dinorc e Songue.
—Rapazes, vocês sabem que não quero derramar sangue nem da minha tripulação nem dos que vivem aqui. Então tenho uma idéia. Songue, você continua a tocar esta musica direcionada aos homens, Chuck você sobrevoa o poço da ponte levadiça com Dinorc, e do lado de dentro fazem baixar a ponte. Assim poderemos entrar sorrateiramente e chegar aos nossos objetivos.
Todos concordaram com o plano de Pandora. Abre-se então a ponte levadiça e toda tripulação, mesmo em alerta e armas em punho, entra sorrateiramente na Fortaleza.
A música de Songue estava direcionada ao pirata, porém o que ele não contava era que houvesse um guardião do tesouro, e que o mesmo não fosse humano. Nem Songue nem nenhum dos nossos heróis esperavam por esta surpresa.
Dentro da fortaleza, observaram que havia uma enorme caverna, e que de lá de dentro vinha um cheiro acre, que lembrava peixe podre.
Pandora então se dirige a tripulação:
— Fiquem aqui de vigia. Nós quatro vamos ver o que há lá dentro e em seguida chamarei vocês para pegarem os tesouros.
            Os homens pareciam aliviados por terem que montar guarda e sabiam que podiam confiar em Pandora.
            Foi neste instante que um urro se fez ouvir de dentro da caverna.
            Chuck então usando uns focos de energia vai à frente abrindo caminho, enquanto Dinorc checa possíveis armadilhas que estariam dispostas por todo corredor de entrada.
            E realmente haviam posto armadilhas. Sem saber como, Chuck acionou uma e um grande pêndulo vindo do nada com uma imensa lâmina agora estava balançando em certa velocidade em sua frente. Lanças caíram do teto e agora havia uma parede nas costas dos nossos heróis que os estavam empurrando para o pêndulo cortante.
            Dinorc toma de uma de suas ferramentas especiais, e busca o mecanismo de engate que teria soltado as armadilhas, então com grande destreza, faz com que as ações parem. Todos respiram aliviados.
            Chuck agora deixa que Dinorc guie-os por dentro da rocha estreita.
            Chegaram a uma enorme caverna. Logo na entrada viram que havia dois vultos que conversavam animadamente. Numa língua que Dinorc não conhecia. As criaturas tinham seu dialeto muito particular, carregado de influências anãs e humanas, mescladas aos grunhidos orcs, de difícil entendimento e tradução.
Porém Pandora sabia sim, quem eram aquelas criaturas. Eram Goblins, e com certeza a magia hipnótica não havia chegado ate a profundidade da caverna nem tão pouco atingiria os Goblins, que “são seres mágicos, feios e assustadores, comem crianças, gritam horripilantemente, fazem feitiçarias, estragam a comida, travam guerras contra os gnomos, normalmente os matando e comendo sua carne, por serem seres de pouca inteligência e hábitos selvagens, moram em cavernas ou pequenas cabanas construídas com paus e peles de animais. Vivem em bando”1, o que fez Pandora alertar a todos que, se ali estavam dois, teriam mais escondidos em algum lugar. “A maioria de seus armamentos são clavas, machados de pedra, pequenas lanças, zarabatanas e pedras. É uma raça hostil por natureza e na maioria de tendência maligna. São bastante habilidosos com a manufatura”1, o que explicava presença deles ali na Ilha Pirata.
Fazendo uma mine reunião com gestos, decide-se que Chuck e Pandora iriam sorrateiramente à frente, uma vez que estava na hora de Chuck mostrar mais uma de suas habilidades: a invisibilidade. E Pandora usaria teleporte com ilusão total e avançada, passando-se por Goblin.
Dinorc e Songue permaneceriam no meio das rochas escondidos ate que soubessem quantos Goblins estavam na caverna.
Chuck, usando infravisão, observa que estavam no meio de no mínimo 500 Goblins. E que no meio da gigantesca caverna mal iluminada encontrava-se um imenso navio de ouro, transbordante de pedrarias, porém encravado numa rocha no meio de um grande lago.
Observou também que alem dos Goblins havia outro Guardião do Tesouro, este deixava ate as penas de suas asas arrepiadas.
Um Guardião com mais de 15 metros de altura e com sete cabeças com forma de dragão. Cada cabeça era dotada de um Elemental, Fogo, Terra, Gelo, Raio, Ar, Trevas, Éter, e tinha em seus olhos a expressão de seu elemento. A cabeça do Éter era a residência principal do Ser Elemental.
Pandora que também vê o dragão e deduz que não será fácil combatê-lo. Procura no meio de tantos Goblins aquele que seria o mais destacado, o mais alto e mais feio, o Goblin Rei, que majestosamente exibia sob sua cabeça um coroa horrenda feita de ossos humanos.
Aproxima-se do Rei e diz:
—Majestade, preciso falar-lhe em particular!
Os guardas cruzam em sua frente às lanças impedindo Pandora na forma Goblin de aproximar-se.
—Deixe que se aproxime! Fala o Rei.
Pandora então, subindo os degraus de pedra adornados com ossos, aproxima-se da vil criatura, sentada em um trono de ossos humanos enfeitado de crânios de crianças, que um dia foi devorado por eles.
— Majestade vim com a ultima pilhagem feita pelos piratas, escondido em um barril, vindo parar aqui. Porém não consegui entender porque nós temos este acordo de guarda do tesouro para meros seres humanos?
— Vejo que você realmente não é do meu condado, pois há mil anos estamos associados a estes homens, em troca de deliciosas e tenras presas humanas. Você ira gostar de trabalhar conosco! Só temos que evitar que os homens se empolguem com os tesouros e queiram ficar com ele só pra si, e alimentar o Guardião com aqueles que são insubordinados, ou que seriam insubordinados. Solta neste instante uma terrível gargalhada.
Pandora então em um movimento rápido e brusco passa por traz do rei e com uma adaga o mata decapitando a cabeça e segurando em uma das mãos. Destransforma-se e ergue a cabeça do rei enquanto fala:
            —Goblins! Aqui está a cabeça do Rei de vocês. Rendam–se agora, pois vocês estão cercados!
            Pegos de surpresa, e espantados pela morte do rei todos jogam as armas no chão.
            Neste instante Dinorc e Songue, passam recolhendo as armas. Chuck gerando uma forte luz que praticamente cegou estes seres das cavernas perfura a rocha com o lazer transformando o lugar em uma prisão temporária para os Goblins. Pandora faz com que estalactites e estalagmites unam-se na porta da prisão improvisada mantendo-os presos.
            —Bom, agora só temos que ir lá em baixo enfrentar o Guardião. Fala Chuck.
            —Só, você só diz só?! Fala Dinorc e é arrematado por Songue, — Não se preocupe estarei torcendo por vocês! Usarei toda a minha magia para encorajá-los.
            Vendo que realmente o dragão não seria páreo para um mortal, como o caso de Dinorc, ou para um elfo bardo, que era o caso de Songue, coube a Chuck e Pandora mais esta missão: Derrotar O Guardião.


O TERRIVEL GUARDIÃO DO TESOURO DOS PIRATAS

O Guardião do tesouro possuía sete cabeças, cada qual com forma de dragão e dotada de um Elemental e com proteção extra de pedras preciosas.
            A cabeça de dragão do elemento fogo tinha cor avermelhada, com escamas reluzentes de rubi.
            A do elemento terra era de um dragão verde, com escamas de esmeraldas.
            A cabeça de dragão do elemento água é de um majestoso dragão branco de gelo cujas escamas eram revestidas de diamante.
            A do elemento raio tinha uma cabeça de dragão amarelo, que soltavam de seus olhos faíscas elétricas de onde emitiam raios infravermelhos, gama, e ultravioletas e tinha escamas revestidas de turmalina, que são pedras preciosas que quando aquecidos, os cristais da turmalina tornam-se carregados eletricamente - positivamente numa extremidade e negativamente na outra, tal como uma bateria.        
A cabeça do dragão azul do elemento Ar era belíssima, com escamas revestidas de zircão, tendo coloração natural variando desde incolor passando pelo amarelo dourado, vermelho, marrom ou verde.
O do elemento Trevas era um dragão negro tendo suas escamas revestidas de obsidiana e como característica além de sua negritude a propriedade de serem afiadíssimas.
E finalmente a cabeça do Elemental Éter, que era um dragão Lynch, e os seus ossos eram revestidos de hematita, uma espécie de minério com grande quantidade de titânio.
Seu corpo era como o de um gigante pré-histórico, um plesiossauro, cujas garras sustentavam todas estas cabeças, seu corpo revestido de gemas de granadas em sua forma Andradite.
O guardião estava posicionado em frente ao gigantesco barco de ouro, com sua postura desafiava a quem perto dela chegasse para derrotá-lo.
Chuck inicia a batalha, com gestos firmes lança o golpe Luz da Justiça, que é abocanhado pela cabeça do Elemental raio e devolvido com cinco vezes mais potencia do que teria sido lançado por Chuck. Ele então esquiva-se e procura retomar o equilíbrio.
Pandora agora com a Tirundik em seu bracelete no punho, usa o bastão dupla lâmina como suporte Elemental, lança magia através da lamina, que faz com que os elementos da terra sejam lançados contra o dragão. A cabeça do Elemental terra apara o golpe, enquanto a do elemento fogo lança sobre Pandora chamas como do interior de um vulcão. Tem a roupa chamuscada por estas chamas do dragão. Teleportando-se para o outro lado do dragão, golpeia com o bastão a cabeça do dragão verde, decepando-a, teleportando-se agora para junto de Chuck.
Os dois neste instante vêem algo que os surpreende ainda mais. A cabeça do dragão que fora decepada, estava regenerando, voltando a ficar com todo o seu esplendor.
Esta criatura mágica era imortal. Como vencer um ser imortal dentro de uma caverna sem que esta desabasse sobre a cabeça e soterrasse todo o tesouro.
—Pandora, estou vendo que esta batalha não será fácil. Também não posso usar o resplendor final aqui dentro da caverna.
—Eu também não posso usar as rochas de Ohara nem o meu poder Sirion, ou perderemos soterrados pelas rochas.
— Então Pandora, acho que devemos desistir e correr...
— Nunca! Viemos aqui para vencer, e vamos vencer. Está na hora de usar a arma secreta!
—Pandora não me faça rir, arma secreta? Acaso você fará surgir um exercito inteiro de seres elementares para ganharmos do guardião?
— Você ainda não entendeu nada Chuck! Não percebeu o porquê que me trouxe aqui?!
Neste instante Pandora eleva seu braço
Enquanto isso o dragão de sete cabeças aproxima-se dos dois, expelindo suas forças elementais contar eles.
Pandora clama:
— Galdrageno venha até mim!
E o poderoso Dragão, Deus do Vácuo, apresenta-se na presença de Pandora. Abrindo sua imensa boca, como um abismo, um buraco negro, engole os raios elementais soltados pelo Guardião.
— Agora você me quer aqui em sua presença Pandora? Você não espera que eu, O Senhor do Nada, vá me trocar com uma simples criatura como aquela?!
— Galdrageno, o que eu desejo é que você faça sumir o ser, sem no entanto atingir a caverna, ou os tesouros nela contida.
Em um ímpeto, Galdrageno se vê obrigado a obedecer Pandora, pois uma estranha sensação está se apoderando do seu coração de dragão. Como se uma chama, há muito tempo apagada, a vontade de lutar, estivesse agora retornando.
O Deus do Vácuo sopra sobre o dragão de sete cabeças, e sua essência é devorada restando apenas as pedras preciosas que um dia foram sua armadura.
Voltando-se para Pandora, Galdrageno fala telepaticamente:
—Minha senhora, obedecerei ao vosso comando, e fortalecerei vossa magia, porém durante a noite, não estarei aprisionado na forma da espada Tirundik, estarei esplendoroso e majestoso, sempre quando me chamares para defendê-la.
E então desaparece dentro do bracelete.
O espanto é geral. Songue e Dinorc que ao longe observaram toda a movimentação o aparecimento do Dragão corriam agora em direção de Chuck e Pandora, que já estavam descendo a encosta da caverna para dentro do lago onde todas as riquezas estavam depositadas.
O lugar onde jazia as pedras preciosas que um dia foram a armadura do dragão de sete cabeças, agora eram oito montes de gemas: Rubis, Esmeraldas, Diamantes, Zircão, Turmalinas, Hematitas e Granadas Andradite.
O navio de ouro estava repleto de jóias, artefatos preciosos, armaduras mágicas, espadas cravejadas de diamantes, toda sorte de moedas de ouro.
A promessa feita por Pandora estava cumprida. Agora iam chamar os homens para carregar tudo para o Ocean, e quando aportassem nas Terras do Império ela mesma faria a divisão justa para todos.
E foi o que foi feito. Levaram dois dias para os 600 homens carregarem o navio.
Enquanto isso Dinorc não cabia em si de contentamento, porém algo nele não se conformava, afinal, pena que não poderiam levar o navio de ouro.
Este realmente era o maior baú de pirata já feito por um homem. Mas tudo o que havia em seu interior foi levado para o Ocean. Que precisou desfazer-se da metade dos canhões pois ficaram com sobrepeso.
Na madrugada do terceiro dia Pandora, Chuck, Dinorc e Songue, que fez seu ultimo acorde na ilha para que os homens acordassem, partiam com a tripulação em direção as Terras do Império.

DE VOLTA PRA CASA
A viagem estava tranqüila, sem nenhuma tempestade a vista, ou navios de guerra.
Estavam todos tão felizes que esqueceram aquele que era o clandestino do Ocean. Afinal, pensaram que, na Ilha ele tivesse saído do navio para também pegar seu quinhão no tesouro.
Foi quando o reboliço iniciou do nada. Gigante, um anão parrudo estava discutindo com alguns tripulantes.
Dinorc aproximou-se para saber o que estava ocorrendo e ficou a escutar.
— Vocês não entendem? Isso não é certo, Lady Pandora é uma dama, ela jamais nos passaria a perna.
— Como não, vejam, todos os tesouros estão lá dentro mais ela não solta aquele bracelete.
—É isso mesmo! Ela não larga o bracelete! Vocês viram a gema que está cravada nele?
— Estou de acordo com Gigante, fala Anão, um homem de dois metros de altura. Lady Pandora até agora só nos defendeu, impediu de nos ferirmos, deixou-nos de guarda...
—Ela nos deixou de guarda, para que não víssemos a verdadeira natureza do tesouro, assim ela pode esconder o melhor para ela!
E todos agora discutiam com vozes alteradas, parecia que apenas Gigante e Anão estavam na defensiva. Um homem ate agora não notado no meio de tantos se destacava pela fúria que acusava Pandora. Dinorc então percebeu algo estranho naquele homem.
 Sim, com certeza era ele! A sombra que ele vira entrar no barril. Ele com certeza estava manipulando a tripulação para ficar contra Pandora.
Os ânimos estavam muito exaltados, e a expressão de satisfação naquele homem era evidente.
 Dinorc então vai ate Chuck, conta a ele o que está acontecendo.
— Se for realmente ele, eu irei usar a detecção mágica. E nós saberemos aonde ele irá se esconder!
Olhando agora para o Homem apontado por Dinorc, Chuck não só percebe sua magia como também sua verdadeira forma, era o Camaleão. Ser, mágico procurado pela guarda Imperial, Inimigo do Império. E que neste instante estava incitando o motim no Ocean.
Dinorc vai até Pandora e conta o que esta acontecendo, pois ela está atarefada com o cozinheiro do navio, transformando algas em frutas e verduras.
—Pandora já sabemos quem é o intruso a bordo. É um bandido procurado pela coroa, ele tem uma enorme má fama, chama-se Camaleão, graças aos poderes que tem de desaparecer no ambiente e também de transformar-se naquilo que ele pensa, não importa se animal ou vegetal.
A coroa já colocou um prêmio por sua cabeça. E pelo que observei ele esta fazendo com que quase toda a tripulação se volte contra você em um motim.
O cozinheiro que estava atento às palavras de Dinorc intervém:
— Isto é um absurdo! My Lady até agora só tem cuidado de nosso bem estar, cuidado para que nada de mau nos aconteça, é a melhor capitã que eu já tive na vida!
— Obrigada, Chefe Primos. Lembrarei de suas palavras.
E voltando-se para Dinorc:
— Já estamos próximo a costa, não se preocupe, sei o que irei fazer. Tenho um plano em mente.
E então sai para o convés do navio.
Lá encontraram um grande rebuliço, os homens de armas em punho a bradar contra Pandora palavras rudes e obscenas.
Songue que estava afastado do tombadilho tem seu bandolim arrancado de suas mãos, e é levado amarrado a presença de Pandora por um dos tripulantes com uma faca em seu pescoço.
—Pandora! Sabemos que você vai nos trair, pois quer todo o tesouro para si. Queremos que você e seus amigos saiam do Ocean, não queremos mais vocês a nos comandar. Ou então iremos matar um a um ate que não sobre ninguém.
—Minha consciência está limpa. Não pretendo fazer nenhum ataque a vocês, porém quero saber, quem de vocês está ao meu favor? Fala Pandora.
O cozinheiro Chefe Primos, Anão e Gigante colocam-se ao lado de Pandora. Chuck e Dinorc com a invisibilidade aproveitaram o momento para imobilizar o algoz de Songue e soltá-lo, recuperando seu bardo. E também vão para o lado de Pandora.
—Sairemos do navio. Mais antes retirarei minha magia dele. E com um gesto, o mastro principal, transforma-se em areia do mar. Ela e os seis companheiros então somem das vistas da tripulação.
Pandora, Chuck, Songue, Dinorc, Anão, Gigante e o Chefe Primos aparecem nas margens do continente, para grande susto de quem nunca havia sido teleportado.
— Oh! Onde estamos! Espanta-se o Chefe Primos.
Pandora sorri e fala:
—Estamos nas Terras do Império. Eles não deverão ir a nenhum lugar distante. Estão sem o mastro principal, e o navio está muito pesado por conta do tesouro. Também não há comida a bordo, pisca para o Chefe Primos.
—Sim, My Lady. Só algas! E cai na gargalhada, ao pensar na surpresa que os homens terão quando entrarem na cozinha.
— Pois bem. Procurem algum vilarejo aqui perto e procurem abrigo. Devo ir ao Palácio Imperial, comunicar o roubo do Ocean.
— Gostaria de ir consigo Pandora, fala Chuck.
—Melhor não Chuck. Vocês três ainda têm má fama no Império, e até que eu revele seus atos de heroísmo, aparecer no Palácio é o mesmo de pedir para ser preso.
— Sim é verdade Pandora! Exclama Dinorc.
Então Pandora desaparece na frente deles. Para o espanto de Anão, Gigante e do chefe Primos.
— Um dia vocês se acostumam, fala Chuck rindo. Vamos procurar esse vilarejo, ver se são de boa índole, não estou a fim de me meter em encrencas. Dinorc, uma coisa que não entendi. Eu tenho o poder de invisibilidade, mais como foi que você conseguiu esta proeza?
Dinorc então com um olhar maroto revela uma coisa. Uma bolsa pequena, do tamanho de uma bolsa de moedas.
—Isto aqui eu consegui em outra aventura, que confisquei de um mago que por sinal já tinha confiscado de outra pessoa, que não sei quem era. É uma bolsa sem fundo. Nela cabe tudo, não importa o tamanho, desde é claro eu consiga carregar. Então quando estive na caverna deparei-me com outros artefatos únicos que chamaram minha atenção e que gentilmente depositei aqui. O que encontrei não interessa agora, apenas vocês precisam saber que um dos artefatos, uma capa para ser exato, gera invisibilidades. E foi assim que pude participar do resgate de Songue.
Enquanto Dinorc falavam os seis caminhavam, estava quase anoitecendo quando se depararam com um vilarejo.
Decidiram que os três tripulantes do Ocean deveriam ficar escondidos, enquanto os três heróis verificariam a hospitalidade do vilarejo.
Chuck e Dinorc usaram da invisibilidade e se separaram
 Songue então resolveu usar um poder diferente, Elemental. Transformou-se em névoa. E foi sorrateiramente esgueirando-se para dentro da taverna. Ora, muito estranho uma nevoa aparecer do nada e passar pela porta. Todos se voltaram na direção da névoa. Songue então em um desespero de ter sido descoberto fala:
— Me ignorem, sou apenas uma névoa... e sai correndo da forma que entrou em direção de onde estavam Dinorc e Suker.
—Corram fui descoberto!
Havia cerca de trinta homens que vinham correndo atrás da névoa falante.
Chuck deixou que eles chegassem bem próximos, então se tornou visível com suas asas abertas.
 Dinorc também desenrolou da capa aparecendo e ele, o grande atrapalhado da história apareceu com seu bardo.
 Os homens então pararam sem entender nada, dando de cara com este grupo estranho.
—Vocês viram uma névoa falante?
Songue fez menção de falar, quando Dinorc colocou a mão sobre sua boca.
—Não, não vimos. Por acaso senhores, gentis cavalheiros, saberiam de uma pousada onde pudéssemos descansar o fardo de um dia de trabalho puxado? Pergunta Dinorc.
— Sim existe uma taverna aqui na vila que dispõe de hospedaria. Eu e minha família tomamos conta dela. Por favor, venham por aqui.
— Eu irei à frente, fala Dinorc, enquanto vocês vão buscar nossas bagagens e o restante dos companheiros de viagem.
Chuck e Songue vão ate onde os três marujos se encontram e falam que irão ficar hospedados na taverna da vila. O que deixa a todos animados com uma idéia de comida quente, banho e uma cama para dormir.
Enquanto isso, Dinorc acerta o preço do aluguel dos quartos conjuntamente com as refeições, retirando da bolsa sem fundo, moedas de ouro suficientes para pagar uma semana de hospedagem.

O PALACIO IMPERIAL
Pandora aparece dentro dos muros do Castelo Imperial e manda ser anunciada.
— Diga que a Condessa de Plantageneta, Pandora Plantageneta, quer ver o Imperador.
— Sim My Lady.
Então após esperar um pouco em um vestíbulo ela é encaminhada para a sala de audiência, sendo anunciada ao entrar.
— Condessa de Plantageneta, Pandora Plantageneta, My lorde!
Fazendo uma reverencia de cortesia com um aceno de cabeça, pois isso já era suficiente para ela uma elfa, fazer uma simples vênia a um mortal.
— Condessa! Que bons ventos a trazem ao meu humilde palácio?
—Venho dizer que minha missão foi cumprida, porem o acordo que fiz com a tripulação e o Império não está sendo possível de ser cumprido, pois um Inimigo do Império infiltrou-se no navio, e colocou parte da tripulação contra mim, gerando motim. Mesmo sabendo que tenho poder suficiente para destruir todo o navio e fazer desaparecer aqueles que ficam contra mim, não quis fazer absolutamente nada danoso, pois tenho interesse no resgate do navio. Fora que trouxe comigo em terra aqueles que me foram fieis e úteis durante toda a missão.
Chuck Luchard, Dinorc Hanzel, Songue, Gigante, Anão e Chefe Primos encontram-se em segurança numa vila litorânea, aguardando meu retorno.
O Ocean esta muito pesado com o tesouro e avariado em seu mastro principal, o que fará com que os navios Imperiais possam alcançá-lo rapidamente e prender os insurgires ao império. Sugiro que sejam enviadas tropas imperiais imediatamente.
Lembrando que trinta por cento de todo tesouro arrecadado é do Império e setenta por cento seria dividido com os homens que trabalharam nesta empreitada. Como houve motim, peço que este montante seja dividido com aqueles que estão no vilarejo. Porém existem três artefatos que gostaria de dar em premio aos três heróis desta empreitada Chuck, Songue e Dinorc. São três braceletes especiais. E Para isso quero pedir sua autorização.
— Cara condessa, o seu pedido é uma ordem. Chefe da Armada!
—Sim majestade!
—Agora mesmo, envie nossa frota ao encontro do Ocean. Não danifiquem o navio, pois sua carga é muito preciosa! Prendam todos que estiverem a bordo, e principalmente cuidado, o Camaleão encontra-se lá. Quero a carga intacta, ou cabeças irão rolar.
E voltando-se para Pandora.
—Agora Condessa, sei que você tem um encontro com o Mestre dos Magos do Império, pois ele está muito ansioso pela sua volta.
— Sim caro Lorde. Irei ao encontro dele.
Pandora então é escoltada até os aposentos do Mestre dos Magos do Império. Que ao sentir a presença de Pandora abre magicamente suas portas.
— Cara Condessa! Estava ansioso por sua chegada!
—Sim Mestre, tenho ainda muito o que saber, muitas respostas ainda precisam ser dadas, por isto estou aqui.
— Bom vejamos o que temos aqui. Observo que o seu medalhão não é mais o mesmo. Veja condessa: observe a gema do bracelete. Ela está em mutação. Há um grande conflito em seu interior. Isso não é bom, realmente não é bom esta instabilidade. Deixe-me ver em meus livros.
Então sai vasculhando as estantes que circundam todo o ambiente. Na verdade os aposentos do mago era uma imensa biblioteca, cheia de livros mágicos e raros, que no decorrer de milênios haviam sido escolhidos para o aprendizado de todos os magos do império, os quais tiveram um único professor, este que agora estava à frente de Pandora.
Havia uma espécie de mascote, uma coruja que observava calmamente seus movimentos. Também em um recanto encontrava-se uma cama e um tipo de baú muito empoeirado.
—Achei! E retira da estante um enorme livro com um selo mágico que o fechava.
Trazendo o livro para a mesa, diz umas palavras na língua dos Dragões, que Pandora conhecia bem, recitando assim:
—Pelos grandes antepassados, pelos reis de toda terra, pelos seres indomáveis, cujos Deuses reverenciam, abra agora este selo, e as respostas ao problema gerado sejam apresentadas e o elo entre o bem e o mal não seja rompido.
Neste instante o livro gira no ar folheia suas páginas e cai sobre a mesa na página da resposta do problema de Pandora.
— My Lady. A informação aqui contida não é de toda a mais satisfatória. Mais vejamos o que posso fazer.
E virando-se para o bracelete de Pandora recita em Dracônico, que é a língua dos dragões:
— Ó seres magnânimos, Deuses de todas as eras, apresentem-se aos meus olhos agora, pois precisamos conhecer-vos.
Neste instante tudo parece tremer, o mago então parecendo em transe tem sua mente aberta para enxergar o que tem dentro do amuleto.
Ao mesmo tempo aparece para ele Bill Blue, que é a Tirundik, e Galdrageno. Também aparece o Guardião do amuleto, que já existia antes da fusão com Galdrageno e que pelo choque de poder estava gerando a instabilidade do amuleto.
E com um impacto ele cai sentado no chão. Quase desacordado.
Pandora vai então até ele:
— Mestre o senhor está bem? Mestre!
O Mago então voltando a si cai na gargalhada:
— Sim, estou bem, isto foi incrível. Por esta fração de segundo pude ver todo desenrolar de milênios. Agora sei toda a historia, e isso é fantástico! Ao mesmo tempo sei que você irá passar por alguns problemas. Mais venha aqui, vamos nos sentar, vou contar o que descobri.
E ergue-se do chão para sentar os dois a mesa onde ele faz surgir um magnífico banquete.
—Enquanto conversamos vamos comer. Diz servindo-se de uma deliciosa iguaria.
Pandora então se servindo de um magnífico vinho, senta-se e fica a escutar.
—Foi uma experiência magistral. Inesquecível! Pude entrar em contato com o antigo guardião de Galdrageno, o Bill Blue, ele é um dragão bebe cujas azas de borboleta e sua coloração azulada me encantaram. Ele é muito simpático, e de grande poder, apesar de ser um bebezinho. A incumbência dada a ele pra tomar conta do selamento de Galdrageno, foi decretada pelos Deuses a mais de 10 mil anos, porém naquele instante sabiam que um dia Bill Blue não teria forças para sustentar Galdrageno, que também é um Deus, não se esqueça disso. Foi quando os deuses decidiram que o seu nascimento seria importantíssimo, e foram preparando as forças cósmicas para que você Pandora o substituísse.
Infelizmente Bill Blue está com suas forças esgotadas, e chegará um tempo que ele não mais poderá conviver no mesmo ambiente de Galdrageno, pois ele foi tolhido de sua infância, recebendo esta incumbência tão pesada, agora é o momento de Bill Blue voltar a ser criança. E mais uma coisa, seres que não possuem magia não podem vê-lo.
O mesmo não acontece com Galdrageno. O principal que você precisa saber é que Galdrageno não é deste mundo. Ele foi teletransportado com outro Deus de sua mesma idade, sendo este outro levado para outro plano, pois Galdrageno quando chegou aqui era uma criança, agora podemos dizer que ele está na sua faze pré-adolescente, Ele e este outro Deus brigavam em frente a um poder superior quando desapareceram, e como Galdrageno tem em sua natureza ser O Deus do Vácuo, Senhor do Nada, sua natureza de Fúria incontrolada não estava sendo saudável para o convívio com os outros Deuses e os outros seres do universo. Foi quando ele apareceu aqui neste mundo, e os Deuses resolveram se juntar e aprisionar Galdrageno com a Tirundik, Bill Blue, e agora você para tomar conta dele. Só que você Pandora, não terá apenas a missão de “Tomar Conta” você terá de educar e canalizar esta Fúria incontrolável para o bem. Esta é a sua verdadeira missão.
O mundo ao qual Galdrageno deverá conquistar, o chama em sua natureza continuamente. À medida que ele vai ficando mais velho, seus poderes irão sendo ampliados, por isso que já neste momento a Tirundik não consegue aprisioná-lo durante a noite. Neste instante que seu sangue divino, Pandora, fala mais alto e você tem influência total sobre ele.
O que me faz lembrar outra coisa. O seu pingente era fonte de magia, nele também existia um Guardião, um Dragão Metálico.
— Sim é meu Golem de Combate. Sempre fiz uso dele em momentos difíceis.
—Pois bem Pandora. Estão os três, Bill Blue-Tirundik, Galdrageno e o Dragão Metálico, disputando espaço e poder dentro da gema do bracelete.
Você brevemente passará por um teste de força, onde dependendo de sua reação, tudo que conhecemos por vida poderá deixar de existir ou você conseguirá controlar esta gama de poder acumulada no seu bracelete.
Este bracelete é simbiótico, você não conseguirá jamais se separar dele. Por isso Pandora prepare-se, pois em breve você será posta a prova.
Dizendo isto ele termina o seu banquete e com um estalo dos dedos tudo desaparece e fica limpo.
Pandora então faz uma menção com sua cabeça e sai dos aposentos do Mestre dos Magos do Império.  É conduzida então aos aposentos que foram preparados para ela pelo Imperador, onde pode finalmente descansar.
No outro dia é acordada por um grande burburinho vindo dos arredores do palácio. Terminando de vestir-se vai até a sala de audiências e entra sem ser anunciada.
—Bom dia Condessa! Exclama o Imperador. Que surpresa! Acordou cedo!
— Bom dia My Lorde! Responde Pandora. Vejo que conseguiram capturar os traidores.
—Sim, e recuperamos toda a carga do Ocean. O Ocean encontra-se em reparos na oficina da Armada Imperial.
— Perfeito! Irei buscar nossos aliados para que recebam as devidas homenagens considerações e menções honrosas aos quais discutimos ontem.
— Evidente que sim cara Condessa! Jamais passaria por nossas cabeças algo diferente.
— Então estarei de volta ao anoitecer, espero que tudo esteja pronto a contento. E dizendo isto Pandora desaparece da vista de todos.

A VOLTA DE ELANOR
Chuck, Songue e Dinorc estavam em apuros quando Pandora apareceu ao lado deles.
Uma Legião de Orcs havia invadido o vilarejo, em busca de alimentos e mulheres. Os aldeãos armaram-se com: foices, arcos, flechas, enxadas, mais seu numero era insuficiente para conter a fúria Orc.  Foram enviados ao palácio imperial mensageiros pedindo socorro. Nossos heróis colocaram as mulheres e crianças em uma espécie de galpão que dava para uma entrada na rocha e que só havia a entrada, sem saída.
Os orcs que vinham ate onde eles estavam eram vigorosamente golpeados por Dinorc com seu Kailash e por Songue com seu Bandolê.
Chuck com um golpe continha dez orcs de uma vez, porém parecia que quanto mais eles golpeavam mais orcs surgiam.
Neste momento Pandora surge no meio da turba de orcs. E para seu espanto vê que o General que naquele instante segurava uma espada e mandava o ataque final aos nossos amigos defensores, gritando:
—Morte aos inimigos! Carne fresca avante! Sigam ao meu comando!
Pandora quando foca seu olhar na mão do Orc General sente em seu intimo algo jamais sentido por nenhum de sua raça, depois percebeu que teria sofrido influenciada por Galdrageno, pois ela naquele instante sente uma fúria incontrolável, berserker, e atingiu quem estivesse em seu alcance com toda a sua fúria.
A espada em punho do Orc era herança de sua família, e todos sabiam que aquele que assassinou seus pais também a tinha roubado. Agora ela estava frente a frente com estes seres abomináveis, repulsivos, corrompidos e amaldiçoados, mercenários que destruíram o que havia de belo em suas terras e pilharam seus tesouros.
Elevando-se no ar, com raios em volta de seu corpo e saindo do seu olhar, seus cabelos misticamente erguidos de sua nuca, mostrando a seta que fora tatuada quando ela enfrentou o Deus da Traição. Em sua mão empunhava a Tirundik com o poder de seus quase três metros de comprimento ela gira no ar.
Os orcs então se afastam para observar aquele ser mítico que lançava raios descontroladamente.
Chuck que tem visão aguçada, e esta na porta do galpão vê o céu mudar de cor e fazer o dia virar noite, foca sua visão em Pandora e sabe que ela não está no seu normal pois nunca tinha visto um elfo soltar raios com aquela natureza. Volta-se para todos:
— Procurem abrigo dentro da caverna! Urgente, não pensem, façam! Corram agora! Vão! -Grita para todos os aldeões que estão na linha de defesa.
Dinorc e Songue meio que atordoados, pois viram o dia virar noite, e os orcs recuarem ainda abobados perguntam:
—Por que temos que entrar? Os Orcs estão fugindo veja!
— Vocês não perceberam de onde vem este poder? É Pandora, que está fazendo isso, acredito que temos pouco tempo pra procurar abrigo, nunca a vi desta forma antes!
Então os três correm para o interior da caverna, Chuck se coloca em frente da boca da caverna e põe-se em defesa usando a magia Reflexão Total. O que serviria de escudo para o que estava por vir.
Enquanto isso a uma distancia de um quarto de dia, via o céu mudar de cor e uma confluência de nuvens a girar na direção do vilarejo que havia pedido ajuda.
O general que está à frente do comando percebe que uma grande força destrutiva e mágica esta para ser lançada. Causando possivelmente a destruição de tudo que esta a sua volta no perímetro das nuvens circulares.
Com os seus comandados estavam magos do Império, pois a informação que os atacantes eram orcs, eles seriam de grande serventia.
Porém o que viam agora era algo muito mais forte e perigoso que simples orcs. Era dedutível que tal poder não pertencia a eles.
Então o general comanda os magos:
— Precisamos de teleporte e escudos defletores, pois o que vamos enfrentar ainda nos é desconhecido.
Cada mago podia transportar 50 homens. Iniciaram uma magia ritual para gerar um portal capaz de teleportar toda a legião e ao mesmo tempo envolvê-los em magia de proteção defletora.
Pandora Está na carga máxima de seu poder, seus olhos agora são prata pura e reluzente. Ela em um movimento com a Tirundik apontando para o solo de forma aleatória grita:
—SIRION! E sua voz se faz ouvir em todas as direções. Um forte tremor faz surgir arvores gigantescas de pedra do solo que agarram os Orcs levando-os para o interior das entranhas da terra. Uma cena dantesca é vista, muitos são empalados, outros devorados por estas arvores, um mar de sangue faz cobrir os campos verdejantes agora revolvidos pelo Sirion.
            Enquanto isso na caverna Chuck sente o impacto das ondas do tremor e o som da voz retumbante a dizer SIRION! Todos se abaixam junto ao solo, e Chuck com o poder da Reflexão Total, sente que o impacto o levou alguns metros para dentro da caverna, porém foi suficiente para não causar danos em seu interior e poder salvar os aldeões.
            Uma grande luz surge no campo de batalha, é o portal dimensional criado pelos magos do império, mais o que vêem quando chegam é um monte de entulhos, pedras revolvidas, e arvores de pedras cujos galhos estavam enfeitados de orcs como se fossem folhas, também dantescamente havia árvores que ainda mastigavam seus opositores. Então o céu começou a clarear à medida que aquela elfa que estava em sobrevôo vai descendo vagarosamente até que seu corpo não solte mais faíscas. Quando toca o solo com seus pés o sol já esta em seu ponto normal e as árvores que antes faziam parte desta paisagem macabra agora se tornaram pó, para grande espanto do general e do exército do Império.
            Pandora esta saindo do transe, e agora grita:
            —Elanor, venha até mim!
            Então um pequeno tremor se faz sentir e do solo revolvido surge uma espada belíssima, feita de metal élfico, com formato Szabla, que é semelhante a um sabre, com uma lâmina curvada sendo que suas duas lâminas semelhantes a uma pena que lhe dava graciosidade e leveza. Tendo o simbolo  de nobresa dos Plantagenetas cravejado em joias em sua empunhadura. Porém ao sair da terra  a espada trazia com ela a mão do general orc que um dia a empunhou.
            —Elanor você só me trás coisas nojentas! - Fala Pandora enquanto retira a mão do orc da empunhadura. Virando-se para o general que boquiaberto observa  a cena em sua volta.
            —General! –Fala Pandora, assustando-se ao ver seres humanos a sua volta. – O que o senhor e todo seu exercito faz aqui?!
            —Eu é quem vos pergunto Condessa, o que aconteceu aqui?
            — Nada de mais, só estava recuperando algo que me pertencia. E que há dois séculos estava desaparecida.
            — Vejo que a senhora não teve muito trabalho para derrotar uma legião de orcs.
            — Sim, mais o senhor ainda não me falou o que lhe traz por estas paragens.
            — É que recebemos um mensageiro desta aldeia que fica a poucos metros de onde estamos, e como à senhora sabe, hoje pela manhã levamos os prisioneiros do Ocean para as galés do Império. Estávamos em patrulha quando fomos abordados pelo mensageiro. Chegamos mais rápido através dos nossos magos que abriram portais dimensionais. Porém ao chegarmos a uma distancia de um quarto de dia daqui observamos um estranho fenômeno no céu bem aqui nesta direção. Direcionamos então o portal para este ponto porém ao chegarmos vimos que não éramos necessários aqui.
            Pandora sorri condescendente, e diz ao General:
            —Hoje o dia é de muita alegria! Recuperei a Elanor, e estou aqui para buscar nossos heróis do combate na Ilha Pirata. Eles estão aqui nesta vila, e por ordem do Imperador vim buscá-los para as devidas homenagens.
            — Então eu terei a honra de escoltá-los.
            Chuck pressentindo que não havia mais choque mágico sai da caverna, olha o céu que já está limpo, usando a visão aguçada, vê Pandora conversando animadamente com um General do Império, sorri e avisa a todos:
            —Estamos salvos! O General do império chegou!
            Todos saem da caverna e depara-se com o que um dia fora sua aldeia. Agora ela não passa de entulhos e montes de terras revirados, onde se viam restos dos corpos dos Orcs. E muito sangue.
            A vila inteira vai até onde Pandora e o general estão.
            Ajoelham-se em agradecimento por suas vidas. Porém o general fala:
            — Vocês têm que agradecer a Condessa de Plantageneta, foi ela quem liquidou com os Orcs.
             Então em pensamento Chuck diz: — “E destruiu  toda sua casa, e de todas as fazendas e animais... Grande Pandora! Que inconseqüente”!
            — Caros aldeãos, sei que vocês agora não tem para onde ir. Venho então convidá-los para a festa no Palácio Imperial, onde nossos amigos Chuck, Songue, Dinorc, Anão, Gigante e Chefe Primos irão ser homenageados. Desde já quero dizer a vocês que vocês serão reembolsados, e terão direitos a novas terras em um lugar seguro, longe das fronteiras dos Orcs. Aquele que quiser ir para receber seu quinhão venha conosco!
            —Vivaaaaaa! Gritam todos, felizes, abraçam-se e beijam-se numa efusão de alegria.
            Chuck então se aproxima de Pandora e diz:
            — Você se superou! E realmente me surpreendeu, serei seu aliado por toda a vida.
            Então o general dirigindo-se a Pandora fala:
            —Meus homens estão prontos para partir. O povo da aldeia só tem a roupa do corpo, também estão prontos.
            — Atenção todos! Grita Pandora. Todos agora dêem as mãos!
            — Façam como a Condessa está dizendo, olhando fixo para os magos. – Fala o General, dando as mãos a um idoso do vilarejo.
            Neste momento Pandora pergunta:
            —Estão todos de mãos dadas?
            —SIM, falam em coro todos.
            Pandora então num piscar de olhos teleporta toda aldeia, os heróis e toda a legião para o Palácio imperial. Chegando ao entardecer, como havia prometido ao Imperador.
            O Imperador que estava na sacada do seu palácio surpreende-se ao ver de repente uma legião inteira de seus soldados, acompanhada por cerca de 150 aldeões e três pessoas que com certeza seriam marinheiros e mais três que pelo garbo seriam os heróis comentados pela Condessa Plantageneta.
            O meirinho anuncia ao Imperador:
            —O General Gáudios da Legião Imperial solicita audiência com urgência com o Imperador
            —Diga que o receberei na sala de audiência.
            Dirigindo-se a sala de audiência o Imperador encontra um general excitadíssimo e falante.
            — Vossa Majestade Imperial! A Condessa Plantageneta é incrível, maravilhosa além de lindíssima. Sinto-me, confesso apaixonado por tal Deusa.
            O Imperador faz cara de tédio, metade do seu império é apaixonado pela condessa, mesmo sabido que houve um tempo que ela estava usando um medalhão da fascinação, porém foi visto pelos seus espiões que mesmo passando o efeito do medalhão os homens continuaram apaixonados...
            — E o que ela fez para que meu General se apaixonasse desta forma?
            —Ela Majestade, ela derrotou uma legião de orcs sozinha, além de transportar-nos pra aqui e de prometer terras e ouro para os aldeões recomeçarem uma nova vida longe da fronteira. Ela é magnânima, fantástica.
            O Imperador então intimamente sorri, ele sabe que Pandora às vezes extrapola no poder e que com certeza era uma forma de ressarcir o povo por algo que lhe escapara ao controle e provavelmente ela já sabia que o ouro estava aqui e da parte que lhe cabe ela pretende fazer este ato “magnânimo”.
            —Não acha Majestade? Ela não é simplesmente insuperável?
            — Sim. Pandora é Insuperável!  E fala baixinho: Graças aos Deuses ela é uma só.
            —Mande que o salão de festas seja aberto e servido um banquete para todos que vieram com você. Amanhã estaremos fazendo as distribuições das escrituras das terras e a distribuição do tesouro que cabe aos heróis.
            Foi o que foi feito. Todos estavam felizes, um lauto jantar foi servido, uma magnífica festa com muita comida e bebida para todos, musica e dança, e quando a noite chegou à metade todos foram encaminhados a aposentos para passar a noite.
            Pandora em seu aposento que era amplo, com uma cama em dossel verde e detalhes da floresta adornados em forma de pintura afrescos circundavam todo o quarto. Quando, desfeita de suas roupas, ela mergulha em uma grande piscina, de repente saindo do seu bracelete Bill Blue inicia a voar ao redor de Pandora.
            —O que foi Bill Blue? Porque você saiu do bracelete?
            —Porque aquele gordo do Galdrageno está me apertando ai dentro. Pandora ele é feio, gosta da escuridão, e eu tenho medo do escuro, buaaaaaaa, não me deixa ficar com aquele monte de carne horripilante! E tem mais uma coisa lá dentro ta muiiiiiiito ruim aqueles dois tão brigando, medindo forças, o Gald é da escuridão e o Guardião do bracelete o outro dragão metálico, o Kaibel é de brilho, de luz ai fica assim: acende, apaga, acende, apaga, acende, apaga, eu já to com dor de cabeça, você tem que fazer alguma coisa!
            —E o que você quer que eu faça?
            —Me deixa ficar do seu lado, dormir aqui fora? Disse fazendo biquinho.
            —Ok! Mais nada de bagunça certo?!
            —OBA!!!! E da um mergulho na piscina entrando nas espumas refrescantes, fazendo com que Pandora de uma sonora gargalhada!
            Enquanto isso, Chuck, Songue e Dinorc estavam em outro aposento descansando do dia onde quase foram mortos, e agora estavam cobertos de regalias, além da promessa de limparem seus nomes, agora eram heróis imperiais!

O COLAPSO DO BRACELETE MÁGICO
            O meirinho bate com o cajado no chão de mármore:
            —A condessa de Plantageneta e seus companheiros de viagem, os senhores Chuck, Songue, Dinorc, Anão, Gigante e Chefe Primos!
            Então vergando seus mais belos trajes de gala os sete companheiros de viagem entram no salão principal, onde o Imperador no seu trono cravado de pedras preciosas e revestido do mais puro ouro, estava sentado em almofadas de seda pura, repousando seus pés em dois tigres brancos, que calmamente se lambiam.
            Andando pelo tapete vermelho, nossos heróis se posicionam na frente do Imperador.
            O Imperador levantando-se solenemente chama:
            — Senhor Anão, aproxime-se!
            Anão, todo bem vestido: soube-se depois, que ninfas resolveram fazer o tecido com o qual vestiram este homem de dois metros de altura, por acharem que o garbo de sua postura seria perfeito para o caimento do tecido. Aproximou-se do Imperador.
            —Ajoelhe-se! Ordenou o Imperador.
            Sacando de sua espada fala em alto e bom som:
            —Por feitos de bravura e coragem concedo dez por cento do tesouro recolhido pelo Ocean e – tocando os ombros de Anão três vezes – o título de Cavalheiro, levante-se Sir Anão!
            Então em meio aos aplausos ele se levantou e foi para junto dos seus amigos, sorridente e orgulhoso.
            — Senhor Gigante, aproxime-se!
            Gigante estava todo garboso, as mulheres da aldeia eram da raça dos anões, e logo se apaixonaram por Gigante. Trouxeram do interior das cavernas, magníficos trajes, revestidos de cota de malha de ouro e de um tecido mágico, que só os anões possuem de uma liga de titânio reluzente e finíssima.
—Ajoelhe-se! Ordenou o Imperador.
            Sacando de sua espada fala em alto e bom som:
            —Por feitos de bravura e coragem concedo dez por cento do tesouro recolhido pelo Ocean e – tocando os ombros de Gigante três vezes – o título de Cavalheiro, levante-se Sir Gigante!
            Gigante então levantou-se e se dirigiu para junto dos companheiros, orgulhoso.
            —Senhor Chefe Primos, aproxime-se!
            O Chefe Primos era só sorriso nunca em sua vida estivera em um palácio, e pelo que estava vendo ele receberia o mesmo que seus colegas de mar. Estava vestido com vestes branquíssimas, que as damas do castelo, ao saberem que se tratava de um bom cozinheiro, viram nele um bom partido, tratando de encontrar o mais puro linho, do mais puro e branco algodão para que ele se sentisse confortável, com um toque especial, ele colocou em volta de seu pescoço um lenço vermelho, que uma bela dama lhe ofereceu.
            —Ajoelhe-se! Ordenou o Imperador.
            Sacando de sua espada fala em alto e bom som:
            —Por feitos de bravura e coragem concedo dez por cento do tesouro recolhido pelo Ocean e – tocando os ombros do Chefe Primos três vezes – o título de Cavalheiro, levante-se Sir Primos!
            Ele então voltou para junto de seus amigos.
            —Agora queiram aproximassem Chuck, Dinorc e Songue.
            Os três estranhando a ordem, pois até agora todos estavam sendo chamados individualmente, dão um passo à frente obedecem e aproximam-se.
            —General!
            Os três levam um susto ao ver o general e uns trinta soldados se aproximarem.
            O General então toma a palavra, desenrolando um imenso pergaminho.
            —Os Senhores, Chuck Luchard, Dinorc Hanzel e o Bardo Songue, são acusados de crimes contra o Império, assassinatos, força demasiada, roubos, fraudes, e principalmente por enganar a guarda imperial diversas vezes com artimanhas mágicas.
            —Como vêem senhores à ficha de vocês é extensa, porém fiz uma promessa a Condessa de Plantageneta, e vocês terão suas fichas limpas junto a Guarda Imperial. Também a pedido da Condessa, vocês receberão cada um, um artefato mágico vindo do tesouro do Ocean. Tragam o tesouro!
            Então vindo da entrada surge o Mestre dos Magos Imperiais, com uma bandeja com três braceletes. Estes braceletes têm incrustados duas pedras mágicas.
            O Mestre dos Magos toma a palavra:
            — Estes braceletes não pertencem ao nosso mundo, vieram parar aqui magicamente. Tem sua característica principal serem feito de material simbiótico, e eles mesmos escolhem seus donos, a pedido da Condessa vamos fazer o teste para saber se vocês são os escolhidos para serrem portadores de tais jóias. Estendam seus braços! Ordenou.
            Os três agora mais aliviados, pois por um momento pensaram que iriam ser presos estendem cada qual o braço direito.
            Imediatamente os braceletes tremulam sobre a bandeja e saem voando, cada um para seu respectivo dono ou “parceiro”, o da direita pra Dinorc com a pedra vermelha o do meio pra Songue com a pedra verde e o da esquerda com a pedra branca vai ao encontro de Chuck.
Pandora bate palmas de felicidade por ter acertado o destino dos braceletes.
O Mestre dos Magos então fala:
—Estes braceletes, jamais sairão de seus braços, as pedras são pedras mágicas, chamadas pedras Oni, de grande poder. À medida que ela vai captando poder ela irá mudar de cor, e quando ela se tornar azul, você terá um desejo realizado, e branco, esta que te escolheu Chuck, faz você ter seus golpes na forma máxima, alem de fazer ressuscitar dos mortos. Porém pensem bem ates de desejar, pois não terá maneira de desfazer o desejo, ou quem você ressuscitaria. Elas também têm uma característica mágica de poder guardar tudo que vocês quiserem dentro delas sem alterar a matéria para peso e volume mínimos.
— Lady Pandora, estes braceletes, pelo que pude estudar, pertencem ao mesmo plano de onde veio Galdrageno. O que posso afirmar que vocês quatro estão ligados a um destino maior.
O Imperador, tomando a palavra continua:
— A vocês três também são dados a cada um, dez por cento do tesouro do Ocean, depois passem nos cofres Imperiais para receberem sua paga.
—Aproxime-se Condessa de Plantageneta!
Ao escutarem o chamado do imperador a Pandora, as galerias ovacionavam, gritavam como se um pop star estivesse no recinto, assoviavam, aplaudiam eram todos euforia.
Pandora então se aproxima do Imperador, fazendo uma delicada reverencia. Ela estava vestida diafanamente, parecia uma deusa em brilho e leveza. Ao seu lado está Bill Blue, porém somente os que tinham um pouco de magia viam aquele ser azulzinho com asas de borboleta que ficava voando ao redor dela.
—Condessa de Plantageneta, é sabido da sua generosidade, doando parte do tesouro do Ocean para a aquisição de terras, sementes, e material para construção de casas e perfuração de poços, para a população que foi atacada pelos orcs. O Império agradece a sua generosidade e a aceita de bom agrado assim como os votos de fidelidade ao Império. Quero dizer-lhe que a sua parte do tesouro que restou estará sendo enviada para o Ocean, que estará pronto em dois dias.
Então fazendo mais uma mensura e sendo ovacionada pela plebe que se encontrava na galeria ela volta-se para o encontro com seus amigos, quando de repente Pandora da um grito, tem seu corpo sacudido, ela entra em colapso, do seu pulso está saindo faíscas e Bill Blue mostra-se atemorizado.
O Mestre dos Magos então corre até onde está Pandora e tocando sua fronte faz desaparecer a si e a ela do meio do recinto.
O Imperador toma a palavra diante da comoção geral:
—Não se preocupem com a Condessa de Plantageneta. Ela está nas mãos do melhor e Maior Mago de todos os tempos. Agora, vão pegar o que lhes é de direito.
—General!
—Sim Vossa Majestade Imperial!
—Escolte a todos que estão aqui para que recebam o que lhe é de justiça, e depois vá com os aldeãos ate o Fórum Imperial para que possam receber as escrituras das terras doadas pela Condessa, assim como as sementes e o ouro para compra do material para construção de suas casas.
—Como Ordenar!
Todos vão com grande pesar em seu coração receber o que lhes cabe por direito. Sir Anão, Gigante e Primos, resolvem que irão junto com os aldeãos fazer parte desta nova vila. Despedindo-se assim dos nossos heróis.
Songue, Dinorc e Chuck são convidados a ficar mais um tempo no palácio imperial, até saber o que está acontecendo com Pandora.
Seguem então, após receberem suas devidas pagas, e colocarem tudo dentro do bracelete Oni, para a sala do Mestre dos Magos do Império.
O mestre dos magos está muito atarefado, Bill Blue está ao lado dele, com muito medo.
— Ele é mau, não sei o que fazer, não tenho poder para conte-lo! Bill Blue dizia isso no momento em que os três adentram na sala.
—O que está havendo com Pandora, e onde ela está? - Fala Chuck.
O Mestre dos Magos olha para os três amigos e fala:
—Eu previra que isso iria acontecer, só não sabia que seria tão cedo, acho que a presença destes outros braceletes tenha afetado a estabilidade já instável do bracelete de Pandora. O bracelete dela está com duas forças lutando entre si para ver quem irá sobrepujar, porém a própria Pandora tem um grande poder interior que ela mesma ainda desconhece e com o passar do tempo será desenvolvido. É chegada à hora dela se mostrar Senhora sobre as duas forças que estão atuando dentro do bracelete. Para que isso aconteça, ele terá que passar por uma luta interior, então a coloquei numa sala a prova de magia, pois nesta luta interior ela lutará com todas as suas atuais forças e poderá inclusive gerar novos poderes ou aumento de poder.
—Que bom que existe uma sala assim neste palácio! Eu sei o que ela é capaz. Fala Chuck ao lembrar-se do Sirion.
—Enquanto isso Pandora está em uma sala onde o grau de magia, por mais poderoso que seja o mago, não surtiria efeito nem de um milionésimo de força. Fala o Mestre.
Pandora em seu interior esta travando uma batalha dupla, de um lado está Galdrageno, o qual ela tem que fazer submeter diante de seu poder. Uma luta é travada, Pandora interiormente lança todo o seu poder, usa o Sirion, usa rochas de Ohara, usa aumento de dano e pelo seu sangue élfico de descendência dos Deuses consegue acalmar Galdrageno, agora se voltando com a mesma precisão para Kaibel, o guardião do bracelete ela juntando forças a Galdrageno submete o majestoso dragão metálico a sua vontade, fundindo o poder dos dois dragões.
Na sala do mestre dos magos existe uma linda bola de cristal onde nossos amigos vêem o infortúnio de Pandora, que parece muitas vezes ser lançada ao ar, e jogada ao chão como uma simples pluma. De repente uma grande luz emana do bracelete e dos olhos de Pandora que solta um terrível grito. Parecia ser o fim, mas observando melhor Pandora está se transformando. O poder é tão intenso que parece que a sala, que foi feita para selar poderes mágicos não irá agüentar. Pandora agora urra de dor, o bracelete tem a sua gema dividida em três partes. Ficando separados cada dragão em uma gema. E as roupas de Pandora que por um momento havia quase se dissipado agora se tornou uma esplendorosa armadura de prata, tão brilhante quanto poderia ser uma armadura de um elfo, como se partículas de diamantes a revestissem. E ela então recobra a consciência. Sentido seu poder mágico mais forte do que nunca.
O Mestre dos Magos então a teleporta para a sala onde eles estão.
Todos se congratulam, e felicitam Pandora por mais este feito.
Pandora então questiona o Mestre dos Magos:
—Mestre, pelo que pude sentir, após o aparecimento dos braceletes Oni, eu tive o meu bracelete desestabilizado. Porém também senti que isso se deve a natureza de Galdrageno, estou correta de pensar que naquele instante ele tenha ficado muito mais forte, só com a presença das seis gemas místicas.
—Sim Pandora. Foi isso que aconteceu. É chegada a hora do destino de vocês quatro. O fato dos braceletes terem escolhido vocês, e o fato da presença de Galdrageno abre precedente para que em breve um portal para o mundo do Deus do Vácuo seja aberto. Infelizmente não posso dizer a hora em que isso irá acontecer, ou como isso ocorrerá. Mas posso afirmar que o destino de vocês quatro estão selados e que o poder que vocês tem hoje está apenas no início, como uma aprendizagem para enfrentar os perigos que hão de vir no mundo de Galdrageno.
—Você Pandora, agora tem três pedras em seu bracelete. Uma habita Galdrageno, pois só assim, ele sozinho é que pode ser contido. Você tem a missão, lembre-se de educá-lo para o bem.
—Na segunda pedra está Kaibel, o Guardião do seu medalhão, que foi fundido a Galdrageno, porém sua natureza de luz impedia de habitar com a natureza do nada. Agora que você o submeteu plenamente ele como seu aliado dispõe de artifícios de combate, que até agora você não tinha experimentado. A terceira pedra é uma pedra Oni verde. Nela Bill Blue pode habitar e você terá o poder que é dado às pedras de acordo com sua coloração.
—Para que vocês todos saibam, as pedras Oni, tem as cores, Vermelha, de 1 a 49 Oni, que pode ser usada para aumento de dano; Laranja, de 50 a 99 Oni, além do aumento de dano concede desejos menores como alimentos, ou uma habilidade; Verde,  de 100 a 499 Oni, que alem de fazer o que as anteriores fazem tem o poder de curar o portador; Azul, de 500 a 999 Oni, faz tudo que as outras fazem, porem pode curar outra pessoa e realizar desejos, e finalmente a Branca, que tem mais de 1000 Onis, que faz a pessoa portadora além de ter tudo que as anteriores tem, o portador torna-se imortal pois a pedra tem por característica ressuscitar quem estiver com ela.
—Mas Mestre, pergunta Pandora, o que é um Oni?
—Um Oni é um ser que só é encontrado no mundo de Galdrageno. É uma espécie de ser alado, que pelo pouco que tenho nos meus escritos e pesquisas é um ser maléfico. Porém estas pedras foram feitas para aprisioná-los e utilizar sua força destrutiva para o bem. São demônios dos ares, seres horripilantes, e vocês foram escolhidos para combatê-los, estes braceletes são armas contra eles.
—Mais, se vamos combater estes seres como chegaremos até eles?
—Isso eu não sei, não posso prever, pois a presença de Galdrageno torna tudo muito instável. Pode ser hoje, amanhã ou daqui a cem anos, só posso afirmar é que vocês devem estar preparados.
—Obrigada, Mestre. Ah só uma coisa, como sai essa roupa?
—Peça pra que ela saia ao guardião do bracelete – diz Bill Blue
Pandora ordena que a roupa se desfaça, reparando somente depois que estava com a roupa em farrapos. Ela fica vermelha de vergonha e retira-se para seus aposentos.
Os três heróis resolvem se retirar também para seus quartos depois de se despedirem do mestre dos magos.
Os três heróis ao entrarem no quarto de Pandora mais tarde, fazem uma exclamação:
—Um! É assim que tratam a realeza. Um quarto só pra ela enquanto nós dividimos o mesmo, fala Dinorc.
Pandora então comenta:
—Bom, amanhã o Ocean está pronto. Partiremos sem rumo em busca de aventuras. Quero saber se vocês irão comigo?
—Pandora, parece que você não escutou o Mestre dos Magos! Fala Chuck. Nós somos agora seus aliados contra esta força destrutiva que pode acabar com o mundo que conhecemos. É evidente que iremos com você.
— Ok! Então tratem de descansar, pois o futuro que nos espera está cheio de aventuras e perigos, boa noite a todos!
Então Chuck, Songue e Dinorc, vão para os seus aposentos, na expectativa de um novo dia repleto de magias, monstros, lutas e vitórias ao lado da Condessa de Plantageneta, Pandora Plantageneta, e seu destino: Galdrageno.




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