O
INICIO DE UMA ALIANÇA
Em um mundo distante,
jovens heróis se agrupam ao redor de uma fogueira. Nada que eles tivessem em comum,
pois suas personalidades eram bem destacadas, apenas nesta noite fria e úmida
estão juntos para se aquecerem. Movidos por uma bebida doce e viscosa estão
embalados na cantoria de um bardo, que toca milagrosamente bem, para um bardo!
—Hei! Bardo! Sabe
alguma musica de amor? To cheio desta cantoria de guerra e luta, pra isso serve
o dia-a-dia!
—O deixe cantar! Um dia
ele cantará os meus feitos! “O grande Dinorc Hanzel, o senhor de todas as
eras”!
— Se um dia alguém for
pronunciado numa canção de bardo serei eu! Grita lá detrás de uma grande pedra
uma elfa majestosa, de aparência delicada e frágil, usando roupas cor de terra
em diversos tons, o tecido diáfano e leve.
Chegando próximo a
fogueira pode-se notar a cor de seus olhos prateados de aparência sedutora e
profunda. Seu penteado retém uma cabeleira bem cuidada como toda elfa, presa
por delicadas folhas verdes, em um emaranhado elaborado sobre o alto da cabeça,
deixando a mostra uma cicatriz em forma de seta apontada para baixo em sua
nuca.
O bardo para a música e
pergunta:
— Quem é você que surge
neste rompante e deslumbram a todos nós meros viajantes nesta noite cálida?
Venha sentar-se junto a nós Ó bela!
—Boa noite! Sou Pandora
Plantageneta, Condessa do Clã Plantageneta! E vocês quem são?
— Eu sou Songue, o
Bardo! E estes são meus amigos de jornada...
...interrompendo a fala
do bardo...
—Eu sou Dinorc Hanzel!
Seu criado! Tomando as mãos de Pandora e fazendo uma reverência.
— Cuidado com este ai
Condessa Plantageneta, só faz isso por interesse, ele não passa de um ladino, e
ta achando que você e a mais nova fonte de ouro... Hehehehe — fala um grande
homem, ou seria um anjo? Que estava sentado assando uma caça na fogueira.
— E você quem é?
Pergunta para o cozinheiro da fogueira.
— Meu nome é Chuck
Luchard!
Nesta hora Pandora vê
que este homem agora de pé mede quase 2 metros de altura, tem cerca de 170 kg,
pois tem uma massa muscular bem definida, curiosa ela se aproxima, vê que tem
um olho castanho claro (direito) e azul claro (esquerdo), mais o que mais a
intriga são as asas, aproxima-se mais e tem mais uma surpresa! Ele tem orelhas
de elfo, mas ele não é um elfo, é um meio-elfo, então ela faz uma cara de nojo.
— Aff! Você é um
meio-elfo! Eu sou sangue puro! Uma Plantageneta!
—Ah! Grande coisa. Pelo
que percebo você esta sozinha sem seu séqüito senhora!
— Hei,hei,hei! Vamos
parar com isso! Neste momento, neste luar, escutando boa música, bebendo este
nécta, comendo esta caça maravilhosa, vamos deixar de animosidades! Que tal
contarmos as nossas histórias ao redor desta fogueira enquanto esperamos o dia
amanhecer ou até cairmos bêbados?- interpela Dinorc.
— Eu concordo! Diz
Songue, o Bardo. Assim terei material para compor meus versos sobre vocês, se
vocês permitirem é claro.
A
HISTÓRIA DE DINORC HANZEL:
— Eu começo! Sou Dinorc Hanzel, nasci em
Hentil, próximo a capital do reino, minha cidade foi parcialmente destruída por
um mago que soltou uma bola de fogo extremamente forte, meus pais morreram no
ataque, e para sobreviver iniciei na arte da aquisição, isso ocorreu quando eu
tinha sete anos, à medida que fui crescendo, fiz contatos com pessoas de outro
tipo de formação que me deram a motivação de sair do lugar miserável onde
cresci e parti para outros lugares melhores. Logicamente eu rapidamente aprendi
que as habilidades que serviram para a minha sobrevivência poderiam ser úteis
para adquirir riquezas e poder.
“Resolvi me unir a um
grupo de aventureiros para adquirir experiência e riqueza. Por causa de minha
formação, eu procuro forjar alianças dentro do grupo ao qual estou e sei que
tenho alguma lábia e persuasão para cobrir minha própria retaguarda. Foi quando
numa destas aventuras me meti em muitas enrascadas e fui preso, aos 17 anos
aprendi a arte do disfarce, e da esquiva, tenho talentos especiais de
furtividade e perícias que venho adquirindo durante o meu tempo de profissão.
“Encontrei Chuck com 18
anos, hoje não cabe dizer a minha idade, só gosto de informar que sou bastante
experiente.
“Encontrei o Songue há
dois dias. E estamos andando juntos. O Songue está procurando a Princesa do
Império Humano. Eu estava perdido nas tormentas como um aventureiro fugindo da
guarda de elite imperial. Porém agora eu estou por aqui, comendo esse
churrasquinho que está muito bom por sinal, obrigado Chuck!
A
HISTÓRIA DE SONGUE:
— Bem o meu nome não é Songue. Este é o meu Sobrenome
"DeSongue". Não me perguntem
qual o meu nome por que é segredo de estado, eu REALMENTE odeio o meu nome. Não
é um nome amaldiçoado nem nada. É só ridículo. Pura e simplesmente ridículo... Por
isso, chame-me apenas de Songue, ok?
“Tenho algumas habilidades mágicas como bardo, afinal cabe a mim
comunicar e transmitir as notícias de lugares afastados, alem é claro o
entretenimento. Sou um amigo da sabedoria. Um mágico do verbo, falado e
escrito. A partir destes fatos, e sendo um bom Elfo, minhas funções são bem
apropriadas:
“Sou, sobretudo poeta, artista e
escrivão e, quanto a isto, está sob a proteção da Tripla Deusa Brigite
(Arquétipo inspirador das obras) e sob a influência de Ogmios (o Arquétipo das
ligações entre deuses e homens, e da eloqüência).
“Como Bardo sou músico, o que
distribui o louvor e a censura sem fazer uso da escrita. Lembro-me de que, para
a Tradição Druídica, a palavra (principalmente, embora não unicamente, escrita)
é inferior, em transmissão e dignidade, ao pensamento.
“Tenho também por atribuição
tanto à história e a genealogia quanto a literatura, a diplomacia, a
arquitetura. Conservo o fundo lendário das antigas crenças.
“Conheço a maior parte das outras
formas de sabedoria, de filosofias. Mas, procuro, mais particularmente,
aprofundar-me na sabedoria contida na Vida Druídica. Esforço-me em assimilá-la
bem e cogitar em seguida.
“Já conquistei cidades
com minhas canções, damas jogam-se aos meus pés, e sempre aonde chego tem uma
boa cama e comida quente a minha espera.
“Gosto de ser elegante.
Sou O artista!
— Você não é nada
modesto em Songue!Interfere Chuck.
— Já que você não
gostou porque não fala de você?
A
HISTÓRIA DE CHUCK LUCHARD
— Bem o que posso falar
de mim, eu sou semi-imortal, tenho poder de regeneração, como todos vêem tenho
asas sei voar, não sou fracote, gosto de um bom combate. Sou descendente de mãe
Elfa Cinzenta e pai Meio-Anjo.
“O que me lembro de
minha mãe logo ao nascer e antes dela nos deixar é que suas vestes faziam dela a
mais impressionante Elfa, seu porte elegante e sua beleza natural faziam parecer
uma criatura sobrenatural. Tinha os cabelos prateados e olhos âmbares. Quando
se vestia para batalhas, conta meu falecido pai, usava armadura simples ou cota
de malha e protegia sua cabeça com capacete alado. Suas armas, criadas por
mestres artesões élficos, brilham mais que qualquer outra luz.
“Tenho algumas perícias
de luz e magias que herdei e no decorrer dos anos que vim acumulando.
“Tenho dois códigos de
honra: Honestidade e dos heróis, bom é isso, e não posso dizer que estou com
uma boa fama, pois andar com um ladino causa isso! Pisca o olho para Dinorc.
— Agora dama da corte
dos Elfos que tal falar um pouquinho de você?
A
HISTÓRIA DE PANDORA PLANTAGENETA
— Bom como falei ao me
apresentar sou a Condessa Plantageneta, meus pais foram mortos num ataque de
dragões Lynch e Orcs ao nosso castelo. Muitos de nós depois disso pegamos em
armas, e desenvolvemos habilidades antes esquecidas
“Fui casada com Ohara,
que me ensinou como defender-me em momentos críticos. Atualmente fui à cidade
vender um anel ao Mestre Colecionador de Artefatos, pois preciso construir um
navio, o qual me pagou razoavelmente para poder fazer esta empreitada.
“Atualmente meu navio
está ali atrás, depois daquelas pedras e árvores. Pretendo ir à ilha dos
piratas. Pois sei que existem muitos tesouros a serem descobertos por lá.
— Vai precisar de
ajudantes? Interrompe Dinorc, que ao escutar a palavra tesouro já ficou
animado.
—Sim, vou precisar,
porém, não poderei pagar a ninguém, e lá na ilha vai ser cada um por si no que
puder carregar. Porém como estava falando, meu navio, estou construindo com
materiais mágicos, e alguns homens contratados nas cidades vizinhas, que agora
trabalham dia e noite, espero que no raiar deste dia esteja pronto, só depois
de finalizá-lo é poderemos embarcar.
Neste instante escuta-se um trovão e um
relâmpago corta uma arvore próxima aos companheiros.
Escuta-se a exclamação:
— Por Cassus! Parece
que os deuses estão ao nosso favor e querem selar nosso acordo na base do fogo!
—Que seja! Gritam
todos, Por Cassus! ORCS!
Imediatamente todos se
põem em sinal de alerta, estão cercados por um numero generoso de orcs.
Tendo ao
centro apenas a fogueira, cada um se arma a sua maneira, ao mesmo tempo.
Songue, tenta
comunicar-se com os orcs, porém é em vão seu intento.
Dinorc, agilmente saca
de uma pequena catana.
Chuck desembainha uma
espada da classe “Montante” (Fullblade, para os anões) com 2 metros de
comprimento, feita de um estranho metal branco, um raro minério anão mais
resistente que o aço. Quem a vê sabe com certeza que é uma espada mágica.
Pandora, sem esperar
gira sua espada no ar e grita: ROCHAS DE OHARA!
De repente todos
sentiram o chão sobre seus pés tremerem, como um grande terremoto. Rochas
começaram a sair do solo e atirando-se aleatoriamente sobre todos.
Imediatamente Chuck embainha
a espada segura Songue em um braço e Dinorc no outro, voando o mais alto que
pode.
La em baixo as rochas estão
caindo e reerguendo-se numa velocidade alucinante, deixando mortos os orcs que
os tinham cercado.
Pandora, jogada para o
lado pelo impacto de uma das rochas, estava no chão... Desacordada.
Chuck deixa os seus
dois acompanhantes de vôo, próximo ao navio de Pandora, e vai até ela
resgatá-la. Ao ser erguida, Pandora descobre-se nos braços do vigoroso
meio-elfo, e fica calada. Ao chegarem perto do navio os três companheiros a
cercam.
— Você é maluca, sua
doida? Quase que nos mata junto com os Orcs! Grita Dinorc.
— Estão todos a salvo
não? – responde Pandora com desdém.
— Mais poderíamos ter
morrido! – brada Songue- Se não fosse pelo nosso amigo emplumado aqui, nunca
mais escutar-se-ia uma história tocada por mim.
— O que diabos foi
aquilo? Questiona Chuck.
— Calma pra que os ânimos
exaltados? Estamos bem, eu vi na hora que se eu não interviesse daquela maneira
vocês não teriam a mínima chance.
—Hã?! Exclamam os três
juntos.
—Você nem nos conhece
como poderia saber que não daríamos conta de uns poucos Orcs? Você Senhora
Condessa é muito impertinente! Reclama Chuck, exaltado.
— Bom, já está amanhecendo,
e como vocês podem observar o navio está quase carregado faltando apenas
algumas coisas que estão ali fora, aponta para o lado, onde estão várias armas
e catapultas, o suficiente para uma guerra. —Quero saber se vocês pretendem se
juntar a mim ou ficar aqui como fracotes amedrontados, fala olhando diretamente
para Chuck.
Os três resolvem
confabular separadamente, porem como todo Elfo, Pandora tem ótima audição, e
fica atenta na conversa.
— Vocês são doidos de
entrarem neste navio, fala Songue, essa Elfa é maluca, vocês viram ela quase
nos matou!
— É, porem você tem que
convir que vamos ao encontro de aventuras e poderemos retornar com bastante
aquisições dos piratas! Fala Dinorc.
— Eu não pretendo ser
chamado de fracote por nenhuma elfa doida, sei que posso dar conta de tudo e
mais um pouco, aquela baixinha não sabe com quem está lidando. Fala Chuck
injuriado.
— Então é preparar para
o que der e vier inclusive deste nosso novo lado aliado, e partir para a briga.
Também estou cheio de ficar em terra... (Dinorc se lembra da guarda que o
estava perseguindo) Seria ótimo pra nós três viajarmos, seremos novamente
aventureiros, e além do mais poderemos trazer os tesouros, e quanto a você Songue,
nada melhor do que esta jornada para contá-la como uma ótima historia e você Chuck,
não vai se abater por causa de uma nobrezinha, ou sentir-se menosprezado vai?
Vai deixar ela te tratar assim? – lá estava Dinorc usando todo seu poder de
persuasão.
— Está bem, falam os
dois, nós vamos.
Neste instante, como do
nada, Pandora aparece do lado e fala:
— Maravilha! Então
meninos mãos a obra, por favor, coloquem este material que esta ali – aponta
pras catapultas, no navio.
Chuck, fala pra Dinorc,
que o acalma com um gesto — quem ela pensa que é nos chamando de meninos?
E vão os três carregar
o navio. Chuck faz o trabalho praticamente sozinho, pois Songue tem mãos
delicadas, como todo artista, e não poderia enchê-las de calos, senta-se sobre
uma pedra e com seu bardo, entoa uma canção que da animo e vigorozidade mágica
a quem escuta. Dinorc como todo bom “aquizidor”, faz de conta que está
carregando coisas que necessitam de muiiiiito tempo para arrastá-las. Já Chuck,
irritado pelos acontecimentos anteriores, e incentivado pela música do bardo,
tem sua força sobre-humana duplicada, e carrega o barco com as mais pesadas das
catapultas, erguendo-as do solo e depositando-as no deque do navio como um
guindaste de asas.
Ao raiar do dia o navio
já se encontrava com toda tripulação a bordo seguindo em direção ao sol
nascente, destino: Ilha Pirata.
A
CAMINHO DA ILHA PIRATA
O Ocean, nome do navio
de Pandora, era navegado por velas e propulsão humana, onde mais de 600 homens
e 200 canhões estavam instalados em conjunto com as catapultas, tendo, porém
por sua blindagem mágica, a aparência de um navio mercante, sendo na verdade este
navio uma gigantesca máquina de guerra. Indo ao encontro do terreno de caça dos
piratas, que atacavam primeiramente os navios
de passageiros, mas posteriormente todos
aqueles de todas as nações com colônias e postos avançados de comércio na área. Os grandes tesouros de ouro
e prata que eram amplamente comercializados
sempre chamaram atenção dos piratas. Muito deles eram oficialmente recrutados
por nações em guerra.
A Ilha Pirata é uma
ilha pequena; é uma ilha com quarenta quilômetros de comprimento e uma largura
máxima de sete. Com um campo de força mágico, onde só aqueles que os Deuses
querem que se aproximem podem vê-la. Ainda que seja muito rochosa, está repleta de
grandes árvores que crescem onde não se consegue ver solo, tendo as suas raízes
em cima das rochas. O lado norte da ilha é desabitado e quase inabitável, pois
não tem nem praias nem porto, com a exceção de algumas fendas entre as
falésias. Mesmo na vertente sul, só é habitável graças a um porto de abrigo
onde os navios podem se refugiar. Tendo em sua flora plantas medicinais,
arbustos frutíferos, e na fauna javalis selvagens, grandes bandos de pássaros e
caranguejos marinhos e pequenos caramujos terrestres comestíveis na costa.
Além de uma gigantesca
fortaleza batizada de La Caveira, pelo seu formato, visto de cima, o de uma
gigantesca caveira, recostada em rochas com diversas cavernas.
No Ocean, a euforia
estava em todos os rostos, repletos de esperança em novas conquistas e de um
bom combate.
Dinorc, ao lado de Songue
que sentado ao convés recita suas poesias, parece dormir, quando percebe um
movimento estranho e obscuro a estibordo.
Ficando atento, porem
com olhos semi-serrados, vê que o movimento com transparência, parecido com sua
técnica de furtividade, é sem duvida feito por uma entidade semi-mística.
Espreguiçando-se, segue
o vulto como se nada tivesse acontecendo. Percebendo que o mesmo esconde-se
dentro de um barril.
Vai até onde Chuck se
encontra sussurra algo em seu ouvido e ambos vão pra junto de Pandora, que
atarefada, solta sua magia de frutas e verduras sobre as algas colhidas no mar.
Magia conquistada através do medalhão que traz dependurado em forma de colar.
Transformando as algas em alimentos, que se fossem trazidos nos porões seria um
peso a mais, impedindo de trazer mais armamentos.
— Pandora! Precisamos
falar com você em particular.
— Só um momento,
pronto. Imediato leve estes viveres para a cozinha.
— Sim My lady.
—O que vocês querem?
Podem falar.
— Você precisa vir com
a gente.
— Para onde?
Sem mais explicações. Chuck
abre suas asas e carrega os dois num sobrevôo pelo navio.
— O quê é isso? Exijo
explicações!
— Calma Pandora! O
assunto é sério e grave. Por isso não pode ser dito a bordo do navio.
— Vamos logo! Estou
esperando explicações!
— Antes de qualquer
coisa, realmente precisamos saber o porquê desta empreitada sua até a Ilha Pirata.
Pois parece que temos um intruso não autorizado a bordo do Ocean. E pelo que
observei, ele tem um poder especial de ilusão, esquiva, e mutação. — conclui
Dinorc.
— Eu, diz Chuck, também
pude usar a infravisão (poder que vê corpos quentes), e constatei realmente a
presença do intruso.
— Hum, isso não é bom.
Passei um pente fino em toda a tripulação...
— É o que também
achamos, vimos inclusive que tem uma certa homogeneidade em toda ela.
— É por isso Pandora,
que precisamos saber por que você vai a Ilha Pirata. E não diga que é por que
está atrás de tesouros, que isso não cola. Afinal, já observamos que você não é
nenhuma pobretona. O que só pode ser pelo motivo de uma grande aventura. O que
me faz pensar que detestaria ficar de fora. Fala Chuck.
Pandora vê que
realmente está na hora de dar um voto de confiança aos dois companheiros.
— Ok! Mais só irei
explicar uma vez!
“Há um tempo atrás eu
estando em uma de minhas viagens me vi contatada telepaticamente por um ser,
que está preso magicamente em forma de espada. Busquei ajuda nos maiores magos
desta terra e de outras. Até que um mago muito poderoso conseguiu encontrar de
onde vinha às ondas telepáticas. E este lugar fica exatamente na Ilha Pirata.
Porém, também durante a minha pesquisa, fui informada dos perigos que poderiam
ocorrer durante a viajem, do patrulhamento que eles fazem do mar, e da grande
fortaleza que existe lá. O que me fez não só construir o Ocean, como também
armá-lo da maneira que vocês viram.
“Este ser que me fala
em pensamento, sofre a mais de milênios, e pelos escritos encontrados, foi
aprisionado por todos os Deuses, após uma terrível batalha onde ele foi selado
nesta forma. E que só um descendente direto da linhagem dos Deuses, que tivesse
sangue divino, poderia através de um pacto de sangue, libertá-lo das correntes.
Porém, também seria responsável por tudo que ocorresse com esta liberdade.
“Desde que venho tendo
estes contatos telepáticos, eu também tenho sonhado com um dragonete, que é o
guardião da espada. É por esta espada que estou indo à Ilha Pirata.
— Então, significa que
você foi escolhida pelos Deuses para ser a guardiã?! Que você é a descendente
esperada?Pergunta Dinorc.
— Sim.
— E por que será que
temos este intruso a bordo? Será um espião pirata?
—Chuck, você pode ver
os contornos dele, não foi?
— Sim.
— E como ele é?
— Infelizmente o
contorno de suas formas eu diria que é comum, e isso realmente não ajuda.
Teremos que ficar de olho a qualquer movimento suspeito. Pois poderemos ser
atacados quando menos esperamos.
— Então, diz Pandora,
vamos ficar alertas, pois não quero nenhum inocente morto por displicência nossa
afinal só nós quatro e agora este ser, temos poderes especiais.
— Ok! Vamos voltar a
bordo e avisar Songue do ocorrido, porém discretamente.
Descem os três ao
navio. Onde está sendo servido o almoço.
O navio agora está
sendo movido ao sabor do vento, indo a quinze nós.
Após a refeição Pandora
vai até o pavilhão das bandeiras do navio, onde estavam a bandeira
Plantageneta, a bandeira do Império e a bandeira Pirata. Escolhe colocar a
bandeira pirata, para que pudessem ser confundidos pelos piratas como sendo um
navio aliado.
E vão navegando assim
por mais cinco dias. Quando de repente vê-se no horizonte dois navios do
império.
Sabe-se da velocidade
destes navios, e que a necessidade de colocar a bandeira imperial é evidente.
Pandora vai até o
pavilhão. Onde está a bandeira do Império? Desapareceu misteriosamente. E ela
sabe que estão numa enrascada, pois não quer que nenhum humano pereça, ou seja,
preso.
É dada a ordem:
— Velas e homens aos
seus postos! A toda força! Preparem-se para sermos abordados! Grita Pandora.
Ela então lança sobre
as velas um vento mágico para aumentar a velocidade do Ocean, que agora está a
vinte cinco nós.
Porém, os navios do
império já os tinham visto. O Ocean estava muito pesado, com todas aquelas
armas. Em três horas de perseguição constante, os navios do Império iam
aproximando-se a distancia de fogo. Então mesmo com a canção do bardo, os
homens já estavam exauridos, alguns já desmaiavam de cansaço. Foi quando neste
momento o primeiro navio do império abaloou o mastro principal, impedindo de Pandora
continuar a usar sua magia de ar.
Em um ato de valentia,
força, e destreza Pandora volta-se para Chuck.
— Os homens não irão agüentar
por mais tempo, ha cinco horas que eles incansavelmente remam. Temos que substituí-los.
Então os dois seres mágicos,
a Elfa e o Meio-Elfo, correm para os remos, onde os homens estão alguns
desmaiados, outros prestes a desmaiar, e assumem a força motriz do Ocean.
Naquele instante foi como colocar um motor de mil cavalos. O Ocean praticamente
voou Dinorc que pilotava o navio guiado por Pandora que lhe enviava
telepaticamente as coordenadas da ilha e quem estava no convés teve de se
agarrar para não ser jogado ao mar pela velocidade empregada.
A viagem que iria durar
três meses estava agora praticamente completada em apenas três semanas.
Quando Chuck e Pandora
viram que não havia mais perigo, resolveram parar para poder consertar o mastro
principal.
Pandora por ser uma elfa
da Terra, usando seu focus mágico, colheu do fundo do oceano a terra e Chuck
solidificou em baixo d’água com seu poder de luz, gerando um lazer capaz de endurecer,
mesmo em baixo d’água a coluna de terra criada por Pandora. Ao saírem os dois
da água colocaram no navio o novo mastro usando o Poder de Permanência para
soldá-lo ao navio.
Estavam prontos para
chegarem a Ilha Pirata, com vestígios de guerra no próprio Ocean.
A
ILHA PIRATA
O Ocean atraca na face
norte e desabitada da Ilha.
Pandora então, com um
movimento das mãos faz gerar próximo ao navio um caminho solido que ligava a
ilha ate o Ocean, onde os botes facilmente depois de desembarcados puderam
aportar e os homens desembarcaram com facilidade. Sem necessidade de fazer
alardes junto aos atracadouros oficiais da ilha que ficavam na face sul.
Devidamente tudo
desembarcado, homens, munição, catapultas; agora a tão chegada hora da invasão,
chegara, e todos estavam excitadíssimos.
Pandora vai ate onde
seus novos amigos estão e faz a proposta.
— Vocês, e só vocês
sabem do motivo que me trouxe aqui. Daquele lado, na face sul está à Fortaleza
e a cidade pirata, juntamente com todos os seus tesouros. Como também havia
dito, aqui será cada um por si, e não poderei proteger ninguém. O meu chamado
está deste lado, os opostos do qual todos irão seguir. Então gostaria de saber
qual rumo vocês pretendem tomar?
— Já esperávamos por
esta pergunta. Fala Dinorc. Eu e Songue pretendemos seguir para a batalha com
os homens do navio. Sabemos que nossas perícias serão de bastante utilidade,
não só para a sobrevivência de todos, como também para podermos voltar a este
ponto, como ponto de encontro.
— E porque você não vai
com eles, Chuck?
—Por que a curiosidade
em ver este ser, criatura, espada ou dragonete que você tanto fala me faz achar
mais interessante. Fora acho que não seria bom você ir sozinha nesta
empreitada.
— Eu sei me cuidar,
quanto a isto não importa! Porém a oferta da companhia a aceito.
— Então estamos
acordados! Diz Songue. Dentro de dois dias devemos estar aqui neste lugar,
colocando nossas novas aquisições no navio.
— Ok! Dois dias, se
vocês não aparecerem iremos ao encontro de vocês. Fala Chuck.
Partem então Dinorc e
Songue na direção da Fortaleza da Caveira “La Caveira” como era conhecida,
juntamente com os homens, munições e catapultas.
Chuck então se dirigem
para Pandora:
— Então para onde
vamos? Posso te carregar...
— Eu não preciso disto,
está esquecendo que sou uma Elfa Pura?
E neste momento, Pandora
usa a magia do teleporte, que lhe consentia o destino num raio da sua visão élfica.
Depararam-se os dois em
frente a uma caverna, que mesmo o mais principiante em magias via que estava
recoberta a caverna e a montanha por uma barreira mágica.
Ao aproximassem um
tremor faz surgir um Guardião de Pedra gigantesco, que magicamente se desgruda
da encosta da montanha.
Prontamente Pandora
saca um bastão de dupla lamina retrátil e se põe em combate. Infelizmente sua
espada Elanor, que era vorpal e retornável, havia sido roubada no ataque
sofrido por toda a sua cidade e que havia morto seus pais. Então este bastão
dupla lamina foi forjado por um ferreiro imperial, por ordem do rei, que por
saber da missão de Pandora, e do destino ali selado, auxiliou na escolha dos homens
para a empreitada.
Chuck vendo aquele ser
que mais parecia um grande gladiador, e cujos braços de pedra esmagariam
facilmente qualquer ser humano, se põe em combate. Com um movimento vigoroso
entre as mãos ele foca uma grande massa sólida circular concentrada. Condensando
em uma esplendorosa esfera de energia para em seguida atirá-la de encontro ao
Guardião, ao mesmo tempo em que ele faz estes movimentos ele fala:
— Luz da Justiça!
Porém, o poderoso golpe
parece não fazer nenhum risco sobre a superfície rochosa do Guardião. Onde se
pode observar agora que se aproxima vagarosamente, por conta do seu peso, tem
uma armadura revestida de metais, diamante e widia (carboneto de tungstênio).
Ao ser atingido pela Luz da Justiça, ele revida soltando em uma velocidade
surpreendente bolas do tamanho das de canhão de rocha dolerita – pedra dura e
resistente – chegando a uma velocidade de impacto de 300.000kg/h. Só havia uma única
maneira de esquivar-se deste golpe. E foi voando que Suker conseguiu escapar.
Pandora vendo a fúria
do Guardião opta por atingi-lo nas pernas, no intuito de derrubá-lo, porém seu
bastão mostra-se ineficaz a ponto de não causar nenhum arranhão.
Chuck neste instante
saca a Alva, que brilha intensamente e a enfia na terra gerando um campo eletrostático
e magnético, era o golpe chamado “Resplendor Final”.
Percebendo que os
poderes de Chuck poderiam paralisá-lo momentaneamente. Pandora segue em direção
a caverna e com uma das mãos quebra a barreira da entrada da caverna e entra
velozmente em seu interior.
Chuck vendo a
movimentação de Pandora e aproveitando que o guardião de pedra encontrava-se paralisado,
vai em direção da caverna. Que em sua entrada não passava de 1,5m de
comprimento, tendo ele de entrar praticamente de joelhos.
Ajustou um pequeno
focus de luz nas mãos e penetrou a caverna que se mostrava escura e densa em
seu interior.
Neste instante Pandora
está na galeria principal, uma caverna belíssima com estalactites e
estalagmites resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água. “Estas rochas
ocorrem na presença de água. A água, que escorre pelas paredes ou em torno de
colunas e estalagmites mais antigas, formaram toda sorte de figuras. Uma das
formas mais bonitas estava ao centro na forma de órgãos, semelhantes a grupos de estalactites coladas nas paredes.
Também existiam cascatas de pedra,
escorrimentos de grandes volumes e com formatos variados. Outras formas de
escorrimento criaram discos ou folhas projetados das paredes, lustres ou pingentes no teto e placas estalagmiticas que se acumulam no chão
cobriam grandes áreas ao invés de subirem verticalmente. A água criou
gotículas, bolhas e outras formas.
Estalactites de pequeno comprimento que crescem lado a lado, chamados de
dentes de cão circundavam toda a
caverna.”1
Exatamente no centro havia um grande brilho que fazia iluminar o interior
e dava vida especial a esta paisagem lunar.
A voz agora muito mais nítida e real, falava com Pandora.
Voltando-se na sua direção, Pandora vê o dragonete dos seus perturbados
sonhos agora materializar-se em sua frente.
— Pandora! Você veio ao meu chamado! Fala o dragonete.
— Sim, porque me trouxesse aqui?
— Porque só você descendente dos Deuses pode ter a missão de me libertar.
— E por que eu deveria fazer isto? Afinal estais aprisionado pela vontade
deles!
— Você é a minha substituta como guardiã, e em todos estes milênios
estive esperando a sua geração. Estamos ligados espiritualmente, mentalmente.
Serei o complemento a sua força de combate, o elo do seu majestoso poder sobre
a natureza. Você, e só você tem o poder de me chamar na minha forma atual, que
é esta que você vê agora, sou o guardião do selamento. E aquele que estou
selando está muito fortalecido, e meu poder não mais consegue segurar
Galdrageno. E só você pode ser a guardiã pelo seu sangue divino.
— Mais você é um dragão?
— Sim, em forma alternativa, sim. Porem neste instante sou apenas um
simples instrumento, e ineficaz, acorrentado pelo destino, em busca das suas
mãos. Pois só você poderá ter o controle sobre mim. Você a Senhora do meu Reino
e eu serei eternamente seu servo.
— E o que eu precisarei fazer?
— Antes de qualquer coisa precisaremos selar nosso pacto de fidelidade
com sangue. Então neste momento o dragonete corta uma de suas garras vigorosas
e faz brotar uma gota de sangue. Pandora então faz o mesmo, corta com a ponta
de uma faca seu polegar e juntando seu sangue ao sangue do dragonete sela o tão
esperado pacto.
Foi quando numa explosão de luz, ele some e dá lugar a uma belíssima
espada cuja lamina continha escritos mágicos do selamento dos Deuses, revestida
de pesadas correntes emaranhadas que substituíram sua bainha. Sua empunhadura
era belíssima e era constituída do Habaki que é a uma peça de
metal geralmente dourada que separa a lâmina da espada e a bainha, como uma jóia em forma de borboleta estilizada, pois se podia ver a
virilidade do talhe contido no designer e a suavidade do cravejamento de suas jóias.
Medindo mais de dois metros de lamina, cujo cabo podia-se ver a cabeça do
dragão e a sua lamina seria o esplendor de sua cauda.
Pandora então se dirige para a espada. Assim que suas mãos tocam a
espada, uma vibração atinge a caverna, e todas as correntes que antes prendiam
a espada magicamente no solo, são dissolvidas, esvaindo-se em pó.
A espada fala telepaticamente com Pandora:
— Eu sou Tirundik, servo fiel da sua alma. Sou retornável, vorpal, pois a
lamina é sempre afiada e inquebrável feita de material divino, o que também me
faz sagrada, te darei bônus em todas as tuas magias, principalmente na tua especialidade,
já que és um Elfo da Terra. Aumentarei teu dano nos combates gerando maior
poder de força. Basta invocar-me e estarei aqui. E meu antigo guardião é Bill Blue.
Então a espada em um brilho místico se funde com o medalhão que Pandora
traz no pescoço transformando-o em um magnífico bracelete, que adere a pele de Pandora
cuja forma simbiótica nenhum ladino conseguiria arrancar. Com uma pedra mística
e cintilante ficaria impossível passar despercebido aos olhos dos mais
conhecedores de peças raras.
Neste instante Chuck adentra na caverna, observa Pandora e o ocorrido.
Então Pandora diz:
— Vamos, está na hora de irmos ajudar nossa tripulação.
Ao saírem da caverna percebem que o Guardião de Pedra transformara-se em
pó, assim como as correntes que prendiam a Tirundik.
Chuck e Pandora caminham em direção a face sul da ilha.
GALDRAGENO
Dinorc e Songue
juntamente com a tripulação estão indo ao encontro da Fortaleza. A caminhada em
um determinado momento encontra-se dificultada pela vegetação que naquela área
por ser inabitada é densa e fechada.
O que nossos bravos
heróis não contavam é que, como bons piratas, eram mestres em suas habilidades,
eles haviam espalhado por toda a face norte da ilha inúmeras armadilhas, das
mais diversas espécies.
Os primeiros a serem
pegos em armadilhas de cordas foram 30 homens desavisados que iam à frente.
Abrindo picadas entre as árvores. Dinorc então se coloca em prontidão, pois ele
e Songue após soltar os marujos decidiram checar à frente para evitar novas
armadilhas e emboscadas.
Ledo engano pensar que
estariam livres de novas armadilhas. Nunca visto antes nossos dois heróis,
mestres do disfarce, senhores da esquiva, conhecedores das armadilhas, caíram
em todas as armadilhas que encontraram pela frente, um verdadeiro fiasco. Se
não fosse Songue com seu poder de bardo ele e Dinorc ainda estariam presos com
os homens e armas no fundo de uma grande cratera, que estava recoberta de
folhas.
Songue começou a tocar
magicamente uma musica de força e resistência que fez a todos com a força dos
braços fazerem uma escada humana, onde foi passada as armas e os homens que
caíram na cratera.
Agora estavam a apenas
2 horas da Fortaleza da Caveira.
Nisso Pandora e Chuck
aparecem do nada. Pandora havia usado o teleporte pra chegar ate onde Dinorc e
Songue estavam.
—My Lady — exclamam os
marujos, ajoelhando-se. Eles agora não sabiam se Pandora era uma Elfa, uma
feiticeira, uma deusa ou uma ninfa celestial. Mais por via das dúvidas o melhor
era obedecer e ajoelhar, pois ela não era humana.
— Bom estar novamente
com vocês. A minha missão nós concluímos, pisca o olho pra Chuck. Venho agora
ajudar-vos no que prometi. Recursos fartos e ganhos maravilhosos.
Porem vejo que estão
famintos. Então vamos acampar, mais não façam fogueiras, pois não queremos
alertar aos piratas. Ficaremos ate a meia noite aqui, e então partiremos para o
ataque.
Era o fim do entardecer,
o que dariam um descanso de um quarto de dia.
Enquanto isso
magicamente Pandora fez surgir frutas que alimentou a todos os presentes.
Alguns homens
resolveram dormir, outros estavam a limpar os facões que haviam aberto as
picadas afiando-os.
Songue e Dinorc
comentavam a Chuck como esta viagem ate ali tinha sido complicada e cheia de
armadilhas. E que agora só estava faltando uma emboscada. Que eles deviam estar
preparados.
Chuck com o cair da
noite resolve fazer um sobrevôo discreto para checar a fortaleza. Era uma noite
sem luar, o que dava a ele uma boa cobertura.
Pandora resolve
recostar-se na relva e tirar um cochilo.
Acorda sobressaltada
com o burburinho causado pelos homens. Colocando-se em alerta imediatamente.
—Dragão, DRAGÃO!!!!!!
Os homens estão
desesperados.
Chuck vê quando um
imenso dragão de 25 metros de comprimento e cerca de 20 toneladas surgir acima do
acampamento, e velozmente voa ate ele com a Alva em punho.
Pandora sente um grande
poder telepático vindo do dragão.
Ela então fala em
pensamento com ele.
—Quem é você e o quer
aqui?
—Ah! Ah! Ah! Então quer
dizer que aquela mosquinha do Bill Blue, não falou quem eu sou?
— Então você é
Galdrageno!
— Para você mocinha sou
o Deus do Vácuo, Senhor do Nada, Galdrageno. Soberano da Terra, Senhor dos
Deuses!
Pandora
então enfurese-se
—“Mocinha”,
Como ousa me chamar “Mocinha”?
Seus
olhos agora estão prateados e reluzentes, seus cabelos estão em pé elétricos,
como que por energia, em volta pequenas rochas a circulam.
—Galdrageno!
Retornar!
E
o dragão majestoso transforma-se na espada Tirundik, que voa para as mãos de Pandora
e em seguida penetra no bracelete.
Chuck
neste instante pousa com a Alva reluzente.
—Pensei que estávamos
sendo atacados.
—Não, ele é meu pupilo.
A minha missão é ser a guardiã deste Deus.
Para o espanto de
todos, alguns homens estavam agora ajoelhados aos pés de Pandora cientes do
grande poder desta Deusa que estava com eles. O que os encheu de coragem para
enfrentar os perigos que iam vir na Fortaleza da Caveira.
A BATALHA NA FORTALEZA DA CAVEIRA
A fortaleza era feita
de rocha sólida e em volta dela havia uma Vila onde as famílias dos piratas
viviam e ao mesmo tempo comercializavam seus achados.
Existia uma taverna,
muito disputada pelos homens por não só vender um ótimo rum como também pelas
beldades que se apresentavam com danças sensuais.
Coube a Songue a missão
de investigar a quantidade de homens e a situação de defesa do lugar. Usando
vestimenta para disfarce e para ações noturnas e sorrateiras, ele chega com sua
habilidade de ilusão a este tão afamado bar.
Àqueles que o observa ele não passa de mais um
pirata, sedento de um bom rum e de divertimento. Então ele discretamente, pois
ninguém consegue perceber sua manobra, saca o bardo e toca uma suave melodia
que magicamente faz todos adormecerem.
É neste instante que
Dinorc entra, também disfarçado e com tapa orelhas feito de pelo de centauro
assim como toda a tripulação e inicia a pilhagem dos presentes. Não há gritos,
nem, choro, nem brigas, a música hipnótica fez todos perderem os sentidos,
incluindo animais que estavam circundados no lugar.
Saindo da taverna
Songue continua a tocar esta musica, embalando os sonhos dos que estavam de
sentinela.
Dinorc então faz um
gesto de alerta que comanda a tropa dos homens para o ataque a entrada da
Fortaleza da Caveira. Afinal o objetivo principal era recolher os tesouros,
cujo 30% seria dado ao Império e os outros 70% seria dividido em espólio para
todos os integrantes do navio. Com o mínimo de baixas possíveis, e de
preferência sem derramamento de sangue.
As catapultas são então
direcionadas para o grande portão de metal e madeira, que também servia de
ponte levadiça.
Todos estão em alerta,
pois é sabido que com o barulho do ataque das catapultas o efeito da musica
hipnótica do Bardo não teria mais efeito, e todos teriam de lutar.
Armas em punho estavam
agora esperando a ordem vinda de Pandora. Foi quando então ela teve uma idéia.
Chamou Chuck, Dinorc e Songue.
—Rapazes, vocês sabem
que não quero derramar sangue nem da minha tripulação nem dos que vivem aqui.
Então tenho uma idéia. Songue, você continua a tocar esta musica direcionada
aos homens, Chuck você sobrevoa o poço da ponte levadiça com Dinorc, e do lado
de dentro fazem baixar a ponte. Assim poderemos entrar sorrateiramente e chegar
aos nossos objetivos.
Todos concordaram com o
plano de Pandora. Abre-se então a ponte levadiça e toda tripulação, mesmo em
alerta e armas em punho, entra sorrateiramente na Fortaleza.
A música de Songue
estava direcionada ao pirata, porém o que ele não contava era que houvesse um
guardião do tesouro, e que o mesmo não fosse humano. Nem Songue nem nenhum dos
nossos heróis esperavam por esta surpresa.
Dentro da fortaleza,
observaram que havia uma enorme caverna, e que de lá de dentro vinha um cheiro
acre, que lembrava peixe podre.
Pandora então se dirige
a tripulação:
— Fiquem aqui de vigia.
Nós quatro vamos ver o que há lá dentro e em seguida chamarei vocês para
pegarem os tesouros.
Os
homens pareciam aliviados por terem que montar guarda e sabiam que podiam
confiar em Pandora.
Foi
neste instante que um urro se fez ouvir de dentro da caverna.
Chuck
então usando uns focos de energia vai à frente abrindo caminho, enquanto Dinorc
checa possíveis armadilhas que estariam dispostas por todo corredor de entrada.
E
realmente haviam posto armadilhas. Sem saber como, Chuck acionou uma e um
grande pêndulo vindo do nada com uma imensa lâmina agora estava balançando em
certa velocidade em sua frente. Lanças caíram do teto e agora havia uma parede
nas costas dos nossos heróis que os estavam empurrando para o pêndulo cortante.
Dinorc
toma de uma de suas ferramentas especiais, e busca o mecanismo de engate que
teria soltado as armadilhas, então com grande destreza, faz com que as ações
parem. Todos respiram aliviados.
Chuck
agora deixa que Dinorc guie-os por dentro da rocha estreita.
Chegaram
a uma enorme caverna. Logo na entrada viram que havia dois vultos que
conversavam animadamente. Numa língua que Dinorc não conhecia. As criaturas
tinham seu dialeto muito particular, carregado de influências anãs e humanas,
mescladas aos grunhidos orcs, de difícil entendimento e tradução.
Porém Pandora sabia
sim, quem eram aquelas criaturas. Eram Goblins, e com certeza a magia hipnótica
não havia chegado ate a profundidade da caverna nem tão pouco atingiria os Goblins,
que “são seres mágicos, feios e assustadores, comem crianças, gritam
horripilantemente, fazem feitiçarias,
estragam a comida, travam guerras contra os gnomos,
normalmente os matando e comendo sua carne, por serem seres de pouca inteligência e hábitos selvagens, moram em cavernas ou pequenas cabanas construídas
com paus e peles de animais. Vivem em bando”1,
o que fez Pandora alertar a todos que, se ali estavam dois, teriam mais
escondidos em algum lugar. “A maioria de seus armamentos são clavas,
machados de pedra, pequenas lanças, zarabatanas e pedras.
É uma raça hostil por natureza e na maioria de tendência maligna. São bastante
habilidosos com a manufatura”1, o que explicava presença deles ali na Ilha
Pirata.
Fazendo uma mine
reunião com gestos, decide-se que Chuck e Pandora iriam sorrateiramente à
frente, uma vez que estava na hora de Chuck mostrar mais uma de suas
habilidades: a invisibilidade. E Pandora usaria teleporte com ilusão total e
avançada, passando-se por Goblin.
Dinorc e Songue
permaneceriam no meio das rochas escondidos ate que soubessem quantos Goblins
estavam na caverna.
Chuck, usando
infravisão, observa que estavam no meio de no mínimo 500 Goblins. E que no meio
da gigantesca caverna mal iluminada encontrava-se um imenso navio de ouro, transbordante
de pedrarias, porém encravado numa rocha no meio de um grande lago.
Observou também que
alem dos Goblins havia outro Guardião do Tesouro, este deixava ate as penas de
suas asas arrepiadas.
Um Guardião com mais de
15 metros de altura e com sete cabeças com forma de dragão. Cada cabeça era
dotada de um Elemental, Fogo, Terra, Gelo, Raio, Ar, Trevas, Éter, e tinha em
seus olhos a expressão de seu elemento. A cabeça do Éter era a residência principal do
Ser Elemental.
Pandora
que também vê o dragão e deduz que não será fácil combatê-lo. Procura no meio
de tantos Goblins aquele que seria o mais destacado, o mais alto e mais feio, o
Goblin Rei, que majestosamente exibia sob sua cabeça um coroa horrenda feita de
ossos humanos.
Aproxima-se
do Rei e diz:
—Majestade,
preciso falar-lhe em particular!
Os
guardas cruzam em sua frente às lanças impedindo Pandora na forma Goblin de
aproximar-se.
—Deixe
que se aproxime! Fala o Rei.
Pandora
então, subindo os degraus de pedra adornados com ossos, aproxima-se da vil
criatura, sentada em um trono de ossos humanos enfeitado de crânios de
crianças, que um dia foi devorado por eles.
—
Majestade vim com a ultima pilhagem feita pelos piratas, escondido em um
barril, vindo parar aqui. Porém não consegui entender porque nós temos este
acordo de guarda do tesouro para meros seres humanos?
— Vejo
que você realmente não é do meu condado, pois há mil anos estamos associados a
estes homens, em troca de deliciosas e tenras presas humanas. Você ira gostar
de trabalhar conosco! Só temos que evitar que os homens se empolguem com os
tesouros e queiram ficar com ele só pra si, e alimentar o Guardião com aqueles
que são insubordinados, ou que seriam insubordinados. Solta neste instante uma
terrível gargalhada.
Pandora
então em um movimento rápido e brusco passa por traz do rei e com uma adaga o
mata decapitando a cabeça e segurando em uma das mãos. Destransforma-se e ergue
a cabeça do rei enquanto fala:
—Goblins! Aqui está a cabeça do Rei de vocês. Rendam–se
agora, pois vocês estão cercados!
Pegos de surpresa, e espantados pela morte do rei todos
jogam as armas no chão.
Neste
instante Dinorc e Songue, passam recolhendo as armas. Chuck gerando uma forte
luz que praticamente cegou estes seres das cavernas perfura a rocha com o lazer
transformando o lugar em uma prisão temporária para os Goblins. Pandora faz com
que estalactites e estalagmites unam-se na porta da
prisão improvisada mantendo-os presos.
—Bom, agora só temos que ir lá em baixo enfrentar o
Guardião. Fala Chuck.
—Só, você só diz só?! Fala Dinorc e é arrematado por
Songue, — Não se preocupe estarei torcendo por vocês! Usarei toda a minha magia
para encorajá-los.
Vendo que realmente o dragão não seria páreo para um
mortal, como o caso de Dinorc, ou para um elfo bardo, que era o caso de Songue,
coube a Chuck e Pandora mais esta missão: Derrotar O Guardião.
O TERRIVEL GUARDIÃO DO TESOURO DOS PIRATAS
O
Guardião do tesouro possuía sete cabeças, cada qual com forma de dragão e
dotada de um Elemental e com proteção extra de pedras preciosas.
A cabeça de dragão do elemento fogo tinha cor avermelhada,
com escamas reluzentes de rubi.
A do elemento terra era de um dragão verde, com escamas
de esmeraldas.
A cabeça de dragão do elemento água é de um majestoso
dragão branco de gelo cujas escamas eram revestidas de diamante.
A do elemento raio tinha uma cabeça de dragão amarelo,
que soltavam de seus olhos faíscas elétricas de onde emitiam raios
infravermelhos, gama, e ultravioletas e tinha escamas revestidas de turmalina,
que são pedras preciosas que quando aquecidos, os
cristais da turmalina tornam-se carregados eletricamente - positivamente numa
extremidade e negativamente na outra, tal como uma bateria.
A cabeça do dragão azul
do elemento Ar era belíssima, com escamas revestidas de zircão, tendo
coloração natural variando desde incolor passando pelo amarelo dourado,
vermelho, marrom ou verde.
O do elemento Trevas
era um dragão negro tendo suas escamas revestidas de obsidiana e como característica
além de sua negritude a propriedade de serem afiadíssimas.
E finalmente a cabeça
do Elemental Éter, que era um dragão Lynch, e os seus ossos eram revestidos de
hematita, uma espécie de minério com grande quantidade de titânio.
Seu corpo era como o de
um gigante pré-histórico, um plesiossauro, cujas garras sustentavam todas estas
cabeças, seu corpo revestido de gemas de granadas em sua forma Andradite.
O guardião estava posicionado em frente ao
gigantesco barco de ouro, com sua postura desafiava a quem perto dela chegasse
para derrotá-lo.
Chuck inicia a batalha, com gestos firmes lança o golpe
Luz da Justiça, que é abocanhado pela cabeça do Elemental raio e devolvido com cinco
vezes mais potencia do que teria sido lançado por Chuck. Ele então esquiva-se e
procura retomar o equilíbrio.
Pandora agora com a Tirundik em seu bracelete no
punho, usa o bastão dupla lâmina como suporte Elemental, lança magia através da
lamina, que faz com que os elementos da terra sejam lançados contra o dragão. A
cabeça do Elemental terra apara o golpe, enquanto a do elemento fogo lança
sobre Pandora chamas como do interior de um vulcão. Tem a roupa chamuscada por
estas chamas do dragão. Teleportando-se para o outro lado do dragão, golpeia
com o bastão a cabeça do dragão verde, decepando-a, teleportando-se agora para
junto de Chuck.
Os dois neste instante vêem algo que os surpreende
ainda mais. A cabeça do dragão que fora decepada, estava regenerando, voltando
a ficar com todo o seu esplendor.
Esta criatura mágica
era imortal. Como vencer um ser imortal dentro de uma caverna sem que esta
desabasse sobre a cabeça e soterrasse todo o tesouro.
—Pandora, estou vendo
que esta batalha não será fácil. Também não posso usar o resplendor final aqui
dentro da caverna.
—Eu também não posso
usar as rochas de Ohara nem o meu poder Sirion, ou perderemos soterrados pelas
rochas.
— Então Pandora, acho
que devemos desistir e correr...
— Nunca! Viemos aqui
para vencer, e vamos vencer. Está na hora de usar a arma secreta!
—Pandora não me faça
rir, arma secreta? Acaso você fará surgir um exercito inteiro de seres elementares
para ganharmos do guardião?
— Você ainda não
entendeu nada Chuck! Não percebeu o porquê que me trouxe aqui?!
Neste instante Pandora
eleva seu braço
Enquanto isso o dragão
de sete cabeças aproxima-se dos dois, expelindo suas forças elementais contar
eles.
Pandora clama:
— Galdrageno venha até
mim!
E o poderoso Dragão,
Deus do Vácuo, apresenta-se na presença de Pandora. Abrindo sua imensa boca,
como um abismo, um buraco negro, engole os raios elementais soltados pelo
Guardião.
— Agora você me quer
aqui em sua presença Pandora? Você não espera que eu, O Senhor do Nada, vá me
trocar com uma simples criatura como aquela?!
— Galdrageno, o que eu
desejo é que você faça sumir o ser, sem no entanto atingir a caverna, ou os
tesouros nela contida.
Em um ímpeto,
Galdrageno se vê obrigado a obedecer Pandora, pois uma estranha sensação está
se apoderando do seu coração de dragão. Como se uma chama, há muito tempo
apagada, a vontade de lutar, estivesse agora retornando.
O Deus do Vácuo sopra
sobre o dragão de sete cabeças, e sua essência é devorada restando apenas as
pedras preciosas que um dia foram sua armadura.
Voltando-se para Pandora,
Galdrageno fala telepaticamente:
—Minha senhora,
obedecerei ao vosso comando, e fortalecerei vossa magia, porém durante a noite,
não estarei aprisionado na forma da espada Tirundik, estarei esplendoroso e majestoso,
sempre quando me chamares para defendê-la.
E então desaparece
dentro do bracelete.
O espanto é geral.
Songue e Dinorc que ao longe observaram toda a movimentação o aparecimento do
Dragão corriam agora em direção de Chuck e Pandora, que já estavam descendo a
encosta da caverna para dentro do lago onde todas as riquezas estavam
depositadas.
O lugar onde jazia as
pedras preciosas que um dia foram a armadura do dragão de sete cabeças, agora
eram oito montes de gemas: Rubis, Esmeraldas, Diamantes, Zircão, Turmalinas,
Hematitas e Granadas Andradite.
O navio de ouro estava
repleto de jóias, artefatos preciosos, armaduras mágicas, espadas cravejadas de
diamantes, toda sorte de moedas de ouro.
A promessa feita por Pandora
estava cumprida. Agora iam chamar os homens para carregar tudo para o Ocean, e
quando aportassem nas Terras do Império ela mesma faria a divisão justa para
todos.
E foi o que foi feito.
Levaram dois dias para os 600 homens carregarem o navio.
Enquanto isso Dinorc não
cabia em si de contentamento, porém algo nele não se conformava, afinal, pena
que não poderiam levar o navio de ouro.
Este realmente era o
maior baú de pirata já feito por um homem. Mas tudo o que havia em seu interior
foi levado para o Ocean. Que precisou desfazer-se da metade dos canhões pois
ficaram com sobrepeso.
Na madrugada do terceiro
dia Pandora, Chuck, Dinorc e Songue, que fez seu ultimo acorde na ilha para que
os homens acordassem, partiam com a tripulação em direção as Terras do Império.
DE VOLTA PRA CASA
A viagem estava tranqüila,
sem nenhuma tempestade a vista, ou navios de guerra.
Estavam todos tão
felizes que esqueceram aquele que era o clandestino do Ocean. Afinal, pensaram
que, na Ilha ele tivesse saído do navio para também pegar seu quinhão no
tesouro.
Foi quando o reboliço
iniciou do nada. Gigante, um anão parrudo estava discutindo com alguns
tripulantes.
Dinorc aproximou-se
para saber o que estava ocorrendo e ficou a escutar.
— Vocês não entendem?
Isso não é certo, Lady Pandora é uma dama, ela jamais nos passaria a perna.
— Como não, vejam,
todos os tesouros estão lá dentro mais ela não solta aquele bracelete.
—É isso mesmo! Ela não
larga o bracelete! Vocês viram a gema que está cravada nele?
— Estou de acordo com Gigante,
fala Anão, um homem de dois metros de altura. Lady Pandora até agora só nos
defendeu, impediu de nos ferirmos, deixou-nos de guarda...
—Ela nos deixou de
guarda, para que não víssemos a verdadeira natureza do tesouro, assim ela pode
esconder o melhor para ela!
E todos agora discutiam
com vozes alteradas, parecia que apenas Gigante e Anão estavam na defensiva. Um
homem ate agora não notado no meio de tantos se destacava pela fúria que
acusava Pandora. Dinorc então percebeu algo estranho naquele homem.
Sim, com certeza era ele! A sombra que ele
vira entrar no barril. Ele com certeza estava manipulando a tripulação para
ficar contra Pandora.
Os ânimos estavam muito
exaltados, e a expressão de satisfação naquele homem era evidente.
Dinorc então vai ate Chuck, conta a ele o que
está acontecendo.
— Se for realmente ele,
eu irei usar a detecção mágica. E nós saberemos aonde ele irá se esconder!
Olhando agora para o
Homem apontado por Dinorc, Chuck não só percebe sua magia como também sua
verdadeira forma, era o Camaleão. Ser, mágico procurado pela guarda Imperial,
Inimigo do Império. E que neste instante estava incitando o motim no Ocean.
Dinorc vai até Pandora
e conta o que esta acontecendo, pois ela está atarefada com o cozinheiro do
navio, transformando algas em frutas e verduras.
—Pandora já sabemos
quem é o intruso a bordo. É um bandido procurado pela coroa, ele tem uma enorme
má fama, chama-se Camaleão, graças aos poderes que tem de desaparecer no
ambiente e também de transformar-se naquilo que ele pensa, não importa se
animal ou vegetal.
A coroa já colocou um
prêmio por sua cabeça. E pelo que observei ele esta fazendo com que quase toda
a tripulação se volte contra você em um motim.
O cozinheiro que estava
atento às palavras de Dinorc intervém:
— Isto é um absurdo! My
Lady até agora só tem cuidado de nosso bem estar, cuidado para que nada de mau
nos aconteça, é a melhor capitã que eu já tive na vida!
— Obrigada, Chefe
Primos. Lembrarei de suas palavras.
E voltando-se para
Dinorc:
— Já estamos próximo a
costa, não se preocupe, sei o que irei fazer. Tenho um plano em mente.
E então sai para o convés
do navio.
Lá encontraram um
grande rebuliço, os homens de armas em punho a bradar contra Pandora palavras
rudes e obscenas.
Songue que estava
afastado do tombadilho tem seu bandolim arrancado de suas mãos, e é levado
amarrado a presença de Pandora por um dos tripulantes com uma faca em seu
pescoço.
—Pandora! Sabemos que
você vai nos trair, pois quer todo o tesouro para si. Queremos que você e seus
amigos saiam do Ocean, não queremos mais vocês a nos comandar. Ou então iremos
matar um a um ate que não sobre ninguém.
—Minha consciência está
limpa. Não pretendo fazer nenhum ataque a vocês, porém quero saber, quem de
vocês está ao meu favor? Fala Pandora.
O cozinheiro Chefe
Primos, Anão e Gigante colocam-se ao lado de Pandora. Chuck e Dinorc com a
invisibilidade aproveitaram o momento para imobilizar o algoz de Songue e
soltá-lo, recuperando seu bardo. E também vão para o lado de Pandora.
—Sairemos do navio.
Mais antes retirarei minha magia dele. E com um gesto, o mastro principal,
transforma-se em areia do mar. Ela e os seis companheiros então somem das
vistas da tripulação.
Pandora, Chuck, Songue,
Dinorc, Anão, Gigante e o Chefe Primos aparecem nas margens do continente, para
grande susto de quem nunca havia sido teleportado.
— Oh! Onde estamos!
Espanta-se o Chefe Primos.
Pandora sorri e fala:
—Estamos nas Terras do
Império. Eles não deverão ir a nenhum lugar distante. Estão sem o mastro
principal, e o navio está muito pesado por conta do tesouro. Também não há
comida a bordo, pisca para o Chefe Primos.
—Sim, My Lady. Só algas!
E cai na gargalhada, ao pensar na surpresa que os homens terão quando entrarem
na cozinha.
— Pois bem. Procurem
algum vilarejo aqui perto e procurem abrigo. Devo ir ao Palácio Imperial,
comunicar o roubo do Ocean.
— Gostaria de ir consigo
Pandora, fala Chuck.
—Melhor não Chuck.
Vocês três ainda têm má fama no Império, e até que eu revele seus atos de heroísmo,
aparecer no Palácio é o mesmo de pedir para ser preso.
— Sim é verdade Pandora!
Exclama Dinorc.
Então Pandora
desaparece na frente deles. Para o espanto de Anão, Gigante e do chefe Primos.
— Um dia vocês se
acostumam, fala Chuck rindo. Vamos procurar esse vilarejo, ver se são de boa índole,
não estou a fim de me meter em encrencas. Dinorc, uma coisa que não entendi. Eu
tenho o poder de invisibilidade, mais como foi que você conseguiu esta proeza?
Dinorc então com um
olhar maroto revela uma coisa. Uma bolsa pequena, do tamanho de uma bolsa de
moedas.
—Isto aqui eu consegui
em outra aventura, que confisquei de um mago que por sinal já tinha confiscado
de outra pessoa, que não sei quem era. É uma bolsa sem fundo. Nela cabe tudo,
não importa o tamanho, desde é claro eu consiga carregar. Então quando estive
na caverna deparei-me com outros artefatos únicos que chamaram minha atenção e
que gentilmente depositei aqui. O que encontrei não interessa agora, apenas
vocês precisam saber que um dos artefatos, uma capa para ser exato, gera
invisibilidades. E foi assim que pude participar do resgate de Songue.
Enquanto Dinorc falavam
os seis caminhavam, estava quase anoitecendo quando se depararam com um
vilarejo.
Decidiram que os três
tripulantes do Ocean deveriam ficar escondidos, enquanto os três heróis
verificariam a hospitalidade do vilarejo.
Chuck e Dinorc usaram
da invisibilidade e se separaram
Songue então resolveu usar um poder diferente,
Elemental. Transformou-se em névoa. E foi sorrateiramente esgueirando-se para
dentro da taverna. Ora, muito estranho uma nevoa aparecer do nada e passar pela
porta. Todos se voltaram na direção da névoa. Songue então em um desespero de
ter sido descoberto fala:
— Me ignorem, sou
apenas uma névoa... e sai correndo da forma que entrou em direção de onde
estavam Dinorc e Suker.
—Corram fui descoberto!
Havia cerca de trinta
homens que vinham correndo atrás da névoa falante.
Chuck deixou que eles
chegassem bem próximos, então se tornou visível com suas asas abertas.
Dinorc também desenrolou da capa aparecendo e
ele, o grande atrapalhado da história apareceu com seu bardo.
Os homens então pararam sem entender nada,
dando de cara com este grupo estranho.
—Vocês viram uma névoa
falante?
Songue fez menção de
falar, quando Dinorc colocou a mão sobre sua boca.
—Não, não vimos. Por
acaso senhores, gentis cavalheiros, saberiam de uma pousada onde pudéssemos
descansar o fardo de um dia de trabalho puxado? Pergunta Dinorc.
— Sim existe uma
taverna aqui na vila que dispõe de hospedaria. Eu e minha família tomamos conta
dela. Por favor, venham por aqui.
— Eu irei à frente,
fala Dinorc, enquanto vocês vão buscar nossas bagagens e o restante dos
companheiros de viagem.
Chuck e Songue vão ate
onde os três marujos se encontram e falam que irão ficar hospedados na taverna
da vila. O que deixa a todos animados com uma idéia de comida quente, banho e
uma cama para dormir.
Enquanto isso, Dinorc
acerta o preço do aluguel dos quartos conjuntamente com as refeições, retirando
da bolsa sem fundo, moedas de ouro suficientes para pagar uma semana de
hospedagem.
O
PALACIO IMPERIAL
Pandora aparece dentro
dos muros do Castelo Imperial e manda ser anunciada.
— Diga que a Condessa
de Plantageneta, Pandora Plantageneta, quer ver o Imperador.
— Sim My Lady.
Então após esperar um
pouco em um vestíbulo ela é encaminhada para a sala de audiência, sendo
anunciada ao entrar.
— Condessa de
Plantageneta, Pandora Plantageneta, My lorde!
Fazendo uma reverencia
de cortesia com um aceno de cabeça, pois isso já era suficiente para ela uma
elfa, fazer uma simples vênia a um mortal.
— Condessa! Que bons
ventos a trazem ao meu humilde palácio?
—Venho dizer que minha
missão foi cumprida, porem o acordo que fiz com a tripulação e o Império não
está sendo possível de ser cumprido, pois um Inimigo do Império infiltrou-se no
navio, e colocou parte da tripulação contra mim, gerando motim. Mesmo sabendo
que tenho poder suficiente para destruir todo o navio e fazer desaparecer
aqueles que ficam contra mim, não quis fazer absolutamente nada danoso, pois
tenho interesse no resgate do navio. Fora que trouxe comigo em terra aqueles
que me foram fieis e úteis durante toda a missão.
Chuck Luchard, Dinorc
Hanzel, Songue, Gigante, Anão e Chefe Primos encontram-se em segurança numa
vila litorânea, aguardando meu retorno.
O Ocean esta muito
pesado com o tesouro e avariado em seu mastro principal, o que fará com que os
navios Imperiais possam alcançá-lo rapidamente e prender os insurgires ao
império. Sugiro que sejam enviadas tropas imperiais imediatamente.
Lembrando que trinta
por cento de todo tesouro arrecadado é do Império e setenta por cento seria
dividido com os homens que trabalharam nesta empreitada. Como houve motim, peço
que este montante seja dividido com aqueles que estão no vilarejo. Porém
existem três artefatos que gostaria de dar em premio aos três heróis desta
empreitada Chuck, Songue e Dinorc. São três braceletes especiais. E Para isso
quero pedir sua autorização.
— Cara condessa, o seu
pedido é uma ordem. Chefe da Armada!
—Sim majestade!
—Agora mesmo, envie
nossa frota ao encontro do Ocean. Não danifiquem o navio, pois sua carga é
muito preciosa! Prendam todos que estiverem a bordo, e principalmente cuidado,
o Camaleão encontra-se lá. Quero a carga intacta, ou cabeças irão rolar.
E voltando-se para Pandora.
—Agora Condessa, sei
que você tem um encontro com o Mestre dos Magos do Império, pois ele está muito
ansioso pela sua volta.
— Sim caro Lorde. Irei
ao encontro dele.
Pandora então é
escoltada até os aposentos do Mestre dos Magos do Império. Que ao sentir a
presença de Pandora abre magicamente suas portas.
— Cara Condessa! Estava
ansioso por sua chegada!
—Sim Mestre, tenho
ainda muito o que saber, muitas respostas ainda precisam ser dadas, por isto
estou aqui.
— Bom vejamos o que
temos aqui. Observo que o seu medalhão não é mais o mesmo. Veja condessa:
observe a gema do bracelete. Ela está em mutação. Há um grande conflito em seu
interior. Isso não é bom, realmente não é bom esta instabilidade. Deixe-me ver
em meus livros.
Então sai vasculhando
as estantes que circundam todo o ambiente. Na verdade os aposentos do mago era
uma imensa biblioteca, cheia de livros mágicos e raros, que no decorrer de
milênios haviam sido escolhidos para o aprendizado de todos os magos do
império, os quais tiveram um único professor, este que agora estava à frente de
Pandora.
Havia uma espécie de
mascote, uma coruja que observava calmamente seus movimentos. Também em um
recanto encontrava-se uma cama e um tipo de baú muito empoeirado.
—Achei! E retira da
estante um enorme livro com um selo mágico que o fechava.
Trazendo o livro para a
mesa, diz umas palavras na língua dos Dragões, que Pandora conhecia bem,
recitando assim:
—Pelos grandes
antepassados, pelos reis de toda terra, pelos seres indomáveis, cujos Deuses
reverenciam, abra agora este selo, e as respostas ao problema gerado sejam
apresentadas e o elo entre o bem e o mal não seja rompido.
Neste instante o livro
gira no ar folheia suas páginas e cai sobre a mesa na página da resposta do
problema de Pandora.
— My Lady. A informação
aqui contida não é de toda a mais satisfatória. Mais vejamos o que posso fazer.
E virando-se para o
bracelete de Pandora recita em Dracônico, que é a língua dos dragões:
— Ó seres magnânimos,
Deuses de todas as eras, apresentem-se aos meus olhos agora, pois precisamos
conhecer-vos.
Neste instante tudo
parece tremer, o mago então parecendo em transe tem sua mente aberta para
enxergar o que tem dentro do amuleto.
Ao mesmo tempo aparece
para ele Bill Blue, que é a Tirundik, e Galdrageno. Também aparece o Guardião
do amuleto, que já existia antes da fusão com Galdrageno e que pelo choque de
poder estava gerando a instabilidade do amuleto.
E com um impacto ele
cai sentado no chão. Quase desacordado.
Pandora vai então até
ele:
— Mestre o senhor está
bem? Mestre!
O Mago então voltando a
si cai na gargalhada:
— Sim, estou bem, isto
foi incrível. Por esta fração de segundo pude ver todo desenrolar de milênios.
Agora sei toda a historia, e isso é fantástico! Ao mesmo tempo sei que você irá
passar por alguns problemas. Mais venha aqui, vamos nos sentar, vou contar o
que descobri.
E ergue-se do chão para
sentar os dois a mesa onde ele faz surgir um magnífico banquete.
—Enquanto conversamos
vamos comer. Diz servindo-se de uma deliciosa iguaria.
Pandora então se
servindo de um magnífico vinho, senta-se e fica a escutar.
—Foi uma experiência
magistral. Inesquecível! Pude entrar em contato com o antigo guardião de
Galdrageno, o Bill Blue, ele é um dragão bebe cujas azas de borboleta e sua
coloração azulada me encantaram. Ele é muito simpático, e de grande poder, apesar
de ser um bebezinho. A incumbência dada a ele pra tomar conta do selamento de Galdrageno,
foi decretada pelos Deuses a mais de 10 mil anos, porém naquele instante sabiam
que um dia Bill Blue não teria forças para sustentar Galdrageno, que também é um
Deus, não se esqueça disso. Foi quando os deuses decidiram que o seu nascimento
seria importantíssimo, e foram preparando as forças cósmicas para que você Pandora
o substituísse.
Infelizmente Bill Blue
está com suas forças esgotadas, e chegará um tempo que ele não mais poderá
conviver no mesmo ambiente de Galdrageno, pois ele foi tolhido de sua infância,
recebendo esta incumbência tão pesada, agora é o momento de Bill Blue voltar a
ser criança. E mais uma coisa, seres que não possuem magia não podem vê-lo.
O mesmo não acontece
com Galdrageno. O principal que você precisa saber é que Galdrageno não é deste
mundo. Ele foi teletransportado com outro Deus de sua mesma idade, sendo este
outro levado para outro plano, pois Galdrageno quando chegou aqui era uma criança,
agora podemos dizer que ele está na sua faze pré-adolescente, Ele e este outro
Deus brigavam em frente a um poder superior quando desapareceram, e como
Galdrageno tem em sua natureza ser O Deus do Vácuo, Senhor do Nada, sua
natureza de Fúria incontrolada não estava sendo saudável para o convívio com os
outros Deuses e os outros seres do universo. Foi quando ele apareceu aqui neste
mundo, e os Deuses resolveram se juntar e aprisionar Galdrageno com a Tirundik,
Bill Blue, e agora você para tomar conta dele. Só que você Pandora, não terá
apenas a missão de “Tomar Conta” você terá de educar e canalizar esta Fúria
incontrolável para o bem. Esta é a sua verdadeira missão.
O mundo ao qual
Galdrageno deverá conquistar, o chama em sua natureza continuamente. À medida
que ele vai ficando mais velho, seus poderes irão sendo ampliados, por isso que
já neste momento a Tirundik não consegue aprisioná-lo durante a noite. Neste instante
que seu sangue divino, Pandora, fala mais alto e você tem influência total
sobre ele.
O que me faz lembrar
outra coisa. O seu pingente era fonte de magia, nele também existia um
Guardião, um Dragão Metálico.
— Sim é meu Golem de
Combate. Sempre fiz uso dele em momentos difíceis.
—Pois bem Pandora.
Estão os três, Bill Blue-Tirundik, Galdrageno e o Dragão Metálico, disputando
espaço e poder dentro da gema do bracelete.
Você brevemente passará
por um teste de força, onde dependendo de sua reação, tudo que conhecemos por
vida poderá deixar de existir ou você conseguirá controlar esta gama de poder
acumulada no seu bracelete.
Este bracelete é
simbiótico, você não conseguirá jamais se separar dele. Por isso Pandora
prepare-se, pois em breve você será posta a prova.
Dizendo isto ele
termina o seu banquete e com um estalo dos dedos tudo desaparece e fica limpo.
Pandora então faz uma
menção com sua cabeça e sai dos aposentos do Mestre dos Magos do Império. É conduzida então aos aposentos que foram
preparados para ela pelo Imperador, onde pode finalmente descansar.
No outro dia é acordada
por um grande burburinho vindo dos arredores do palácio. Terminando de
vestir-se vai até a sala de audiências e entra sem ser anunciada.
—Bom dia Condessa!
Exclama o Imperador. Que surpresa! Acordou cedo!
— Bom dia My Lorde!
Responde Pandora. Vejo que conseguiram capturar os traidores.
—Sim, e recuperamos
toda a carga do Ocean. O Ocean encontra-se em reparos na oficina da Armada
Imperial.
— Perfeito! Irei buscar
nossos aliados para que recebam as devidas homenagens considerações e menções
honrosas aos quais discutimos ontem.
— Evidente que sim cara
Condessa! Jamais passaria por nossas cabeças algo diferente.
— Então estarei de
volta ao anoitecer, espero que tudo esteja pronto a contento. E dizendo isto Pandora
desaparece da vista de todos.
A
VOLTA DE ELANOR
Chuck, Songue e Dinorc
estavam em apuros quando Pandora apareceu ao lado deles.
Uma Legião de Orcs
havia invadido o vilarejo, em busca de alimentos e mulheres. Os aldeãos
armaram-se com: foices, arcos, flechas, enxadas, mais seu numero era
insuficiente para conter a fúria Orc.
Foram enviados ao palácio imperial mensageiros pedindo socorro. Nossos
heróis colocaram as mulheres e crianças em uma espécie de galpão que dava para
uma entrada na rocha e que só havia a entrada, sem saída.
Os orcs que vinham ate
onde eles estavam eram vigorosamente golpeados por Dinorc com seu Kailash e por
Songue com seu Bandolê.
Chuck com um golpe
continha dez orcs de uma vez, porém parecia que quanto mais eles golpeavam mais
orcs surgiam.
Neste momento Pandora
surge no meio da turba de orcs. E para seu espanto vê que o General que naquele
instante segurava uma espada e mandava o ataque final aos nossos amigos
defensores, gritando:
—Morte aos inimigos!
Carne fresca avante! Sigam ao meu comando!
Pandora quando foca seu
olhar na mão do Orc General sente em seu intimo algo jamais sentido por nenhum
de sua raça, depois percebeu que teria sofrido influenciada por Galdrageno,
pois ela naquele instante sente uma fúria incontrolável, berserker, e atingiu
quem estivesse em seu alcance com toda a sua fúria.
A espada em punho do
Orc era herança de sua família, e todos sabiam que aquele que assassinou seus
pais também a tinha roubado. Agora ela estava frente a frente com estes seres
abomináveis, repulsivos, corrompidos e amaldiçoados, mercenários que destruíram
o que havia de belo em suas terras e pilharam seus tesouros.
Elevando-se no ar, com
raios em volta de seu corpo e saindo do seu olhar, seus cabelos misticamente
erguidos de sua nuca, mostrando a seta que fora tatuada quando ela enfrentou o
Deus da Traição. Em sua mão empunhava a Tirundik com o poder de seus quase três
metros de comprimento ela gira no ar.
Os orcs então se
afastam para observar aquele ser mítico que lançava raios descontroladamente.
Chuck que tem visão
aguçada, e esta na porta do galpão vê o céu mudar de cor e fazer o dia virar
noite, foca sua visão em Pandora e sabe que ela não está no seu normal pois
nunca tinha visto um elfo soltar raios com aquela natureza. Volta-se para
todos:
— Procurem abrigo
dentro da caverna! Urgente, não pensem, façam! Corram agora! Vão! -Grita para
todos os aldeões que estão na linha de defesa.
Dinorc e Songue meio
que atordoados, pois viram o dia virar noite, e os orcs recuarem ainda abobados
perguntam:
—Por que temos que
entrar? Os Orcs estão fugindo veja!
— Vocês não perceberam
de onde vem este poder? É Pandora, que está fazendo isso, acredito que temos
pouco tempo pra procurar abrigo, nunca a vi desta forma antes!
Então os três correm
para o interior da caverna, Chuck se coloca em frente da boca da caverna e
põe-se em defesa usando a magia Reflexão Total. O que serviria de escudo para o
que estava por vir.
Enquanto isso a uma
distancia de um quarto de dia, via o céu mudar de cor e uma confluência de
nuvens a girar na direção do vilarejo que havia pedido ajuda.
O general que está à
frente do comando percebe que uma grande força destrutiva e mágica esta para
ser lançada. Causando possivelmente a destruição de tudo que esta a sua volta
no perímetro das nuvens circulares.
Com os seus comandados
estavam magos do Império, pois a informação que os atacantes eram orcs, eles
seriam de grande serventia.
Porém o que viam agora
era algo muito mais forte e perigoso que simples orcs. Era dedutível que tal
poder não pertencia a eles.
Então o general comanda
os magos:
— Precisamos de
teleporte e escudos defletores, pois o que vamos enfrentar ainda nos é
desconhecido.
Cada mago podia
transportar 50 homens. Iniciaram uma magia ritual para gerar um portal capaz de
teleportar toda a legião e ao mesmo tempo envolvê-los em magia de proteção
defletora.
Pandora Está na carga
máxima de seu poder, seus olhos agora são prata pura e reluzente. Ela em um
movimento com a Tirundik apontando para o solo de forma aleatória grita:
—SIRION! E sua voz se
faz ouvir em todas as direções. Um forte tremor faz surgir arvores gigantescas
de pedra do solo que agarram os Orcs levando-os para o interior das entranhas
da terra. Uma cena dantesca é vista, muitos são empalados, outros devorados por
estas arvores, um mar de sangue faz cobrir os campos verdejantes agora
revolvidos pelo Sirion.
Enquanto isso na caverna Chuck sente o impacto das ondas
do tremor e o som da voz retumbante a dizer SIRION! Todos se abaixam junto ao
solo, e Chuck com o poder da Reflexão Total, sente que o impacto o levou alguns
metros para dentro da caverna, porém foi suficiente para não causar danos em
seu interior e poder salvar os aldeões.
Uma grande luz surge no campo de batalha, é o portal
dimensional criado pelos magos do império, mais o que vêem quando chegam é um
monte de entulhos, pedras revolvidas, e arvores de pedras cujos galhos estavam
enfeitados de orcs como se fossem folhas, também dantescamente havia árvores
que ainda mastigavam seus opositores. Então o céu começou a clarear à medida
que aquela elfa que estava em sobrevôo vai descendo vagarosamente até que seu
corpo não solte mais faíscas. Quando toca o solo com seus pés o sol já esta em
seu ponto normal e as árvores que antes faziam parte desta paisagem macabra
agora se tornaram pó, para grande espanto do general e do exército do Império.
Pandora esta saindo do transe, e agora grita:
—Elanor, venha até mim!
Então um pequeno tremor se faz sentir e do solo revolvido
surge uma espada belíssima, feita de metal élfico, com formato Szabla, que é semelhante a um sabre, com uma lâmina curvada sendo que suas duas lâminas semelhantes a uma
pena que lhe dava graciosidade e leveza. Tendo o simbolo de nobresa dos Plantagenetas cravejado em
joias em sua empunhadura. Porém ao sair da terra a espada trazia com ela a mão do general orc
que um dia a empunhou.
—Elanor você só me trás coisas nojentas!
- Fala Pandora enquanto retira a mão do orc da empunhadura. Virando-se para o
general que boquiaberto observa a cena
em sua volta.
—General! –Fala Pandora, assustando-se ao ver seres
humanos a sua volta. – O que o senhor e todo seu exercito faz aqui?!
—Eu é quem vos pergunto Condessa, o que aconteceu aqui?
— Nada de mais, só estava recuperando algo que me
pertencia. E que há dois séculos estava desaparecida.
— Vejo que a senhora não teve muito trabalho para
derrotar uma legião de orcs.
— Sim, mais o senhor ainda não me falou o que lhe traz
por estas paragens.
— É que recebemos um mensageiro desta aldeia que fica a poucos
metros de onde estamos, e como à senhora sabe, hoje pela manhã levamos os
prisioneiros do Ocean para as galés do Império. Estávamos em patrulha quando
fomos abordados pelo mensageiro. Chegamos mais rápido através dos nossos magos
que abriram portais dimensionais. Porém ao chegarmos a uma distancia de um
quarto de dia daqui observamos um estranho fenômeno no céu bem aqui nesta
direção. Direcionamos então o portal para este ponto porém ao chegarmos vimos
que não éramos necessários aqui.
Pandora
sorri condescendente, e diz ao General:
—Hoje o dia é de muita alegria! Recuperei a Elanor, e
estou aqui para buscar nossos heróis do combate na Ilha Pirata. Eles estão aqui
nesta vila, e por ordem do Imperador vim buscá-los para as devidas homenagens.
— Então eu terei a honra de escoltá-los.
Chuck pressentindo que não havia mais choque mágico sai
da caverna, olha o céu que já está limpo, usando a visão aguçada, vê Pandora
conversando animadamente com um General do Império, sorri e avisa a todos:
—Estamos salvos! O General do império chegou!
Todos saem da caverna e depara-se com o que um dia fora
sua aldeia. Agora ela não passa de entulhos e montes de terras revirados, onde
se viam restos dos corpos dos Orcs. E muito sangue.
A vila inteira vai até onde Pandora e o general estão.
Ajoelham-se em agradecimento por suas vidas. Porém o
general fala:
— Vocês têm que agradecer a Condessa de Plantageneta, foi
ela quem liquidou com os Orcs.
Então em
pensamento Chuck diz: — “E destruiu toda
sua casa, e de todas as fazendas e animais... Grande Pandora! Que inconseqüente”!
— Caros aldeãos, sei que vocês agora não tem para onde
ir. Venho então convidá-los para a festa no Palácio Imperial, onde nossos amigos
Chuck, Songue, Dinorc, Anão, Gigante e Chefe Primos irão ser homenageados.
Desde já quero dizer a vocês que vocês serão reembolsados, e terão direitos a
novas terras em um lugar seguro, longe das fronteiras dos Orcs. Aquele que
quiser ir para receber seu quinhão venha conosco!
—Vivaaaaaa! Gritam todos, felizes, abraçam-se e beijam-se
numa efusão de alegria.
Chuck então se aproxima de Pandora e diz:
— Você se superou! E realmente me surpreendeu, serei seu
aliado por toda a vida.
Então o general dirigindo-se a Pandora fala:
—Meus homens estão prontos para partir. O povo da aldeia
só tem a roupa do corpo, também estão prontos.
— Atenção todos! Grita Pandora. Todos agora dêem as mãos!
— Façam como a Condessa está dizendo, olhando fixo para
os magos. – Fala o General, dando as mãos a um idoso do vilarejo.
Neste momento Pandora pergunta:
—Estão todos de mãos dadas?
—SIM, falam em coro todos.
Pandora então num piscar de olhos teleporta toda aldeia,
os heróis e toda a legião para o Palácio imperial. Chegando ao entardecer, como
havia prometido ao Imperador.
O Imperador que estava na sacada do seu palácio
surpreende-se ao ver de repente uma legião inteira de seus soldados,
acompanhada por cerca de 150 aldeões e três pessoas que com certeza seriam
marinheiros e mais três que pelo garbo seriam os heróis comentados pela
Condessa Plantageneta.
O meirinho anuncia ao Imperador:
—O General Gáudios da Legião Imperial solicita audiência
com urgência com o Imperador
—Diga que o receberei na sala de audiência.
Dirigindo-se a sala de audiência o Imperador encontra um
general excitadíssimo e falante.
— Vossa Majestade Imperial! A Condessa Plantageneta é
incrível, maravilhosa além de lindíssima. Sinto-me, confesso apaixonado por tal
Deusa.
O Imperador faz cara de tédio, metade do seu império é
apaixonado pela condessa, mesmo sabido que houve um tempo que ela estava usando
um medalhão da fascinação, porém foi visto pelos seus espiões que mesmo
passando o efeito do medalhão os homens continuaram apaixonados...
— E o que ela fez para que meu General se apaixonasse
desta forma?
—Ela Majestade, ela derrotou uma legião de orcs sozinha,
além de transportar-nos pra aqui e de prometer terras e ouro para os aldeões
recomeçarem uma nova vida longe da fronteira. Ela é magnânima, fantástica.
O Imperador então intimamente sorri, ele sabe que Pandora
às vezes extrapola no poder e que com certeza era uma forma de ressarcir o povo
por algo que lhe escapara ao controle e provavelmente ela já sabia que o ouro
estava aqui e da parte que lhe cabe ela pretende fazer este ato “magnânimo”.
—Não acha Majestade? Ela não é simplesmente insuperável?
— Sim. Pandora é Insuperável! E fala baixinho: Graças aos Deuses ela é uma
só.
—Mande que o salão de festas seja aberto e servido um
banquete para todos que vieram com você. Amanhã estaremos fazendo as
distribuições das escrituras das terras e a distribuição do tesouro que cabe
aos heróis.
Foi o que foi feito. Todos estavam felizes, um lauto
jantar foi servido, uma magnífica festa com muita comida e bebida para todos,
musica e dança, e quando a noite chegou à metade todos foram encaminhados a
aposentos para passar a noite.
Pandora em seu aposento que era amplo, com uma cama em
dossel verde e detalhes da floresta adornados em forma de pintura afrescos
circundavam todo o quarto. Quando, desfeita de suas roupas, ela mergulha em uma
grande piscina, de repente saindo do seu bracelete Bill Blue inicia a voar ao
redor de Pandora.
—O que foi Bill Blue? Porque você saiu do bracelete?
—Porque aquele gordo do Galdrageno está me apertando ai
dentro. Pandora ele é feio, gosta da escuridão, e eu tenho medo do escuro,
buaaaaaaa, não me deixa ficar com aquele monte de carne horripilante! E tem
mais uma coisa lá dentro ta muiiiiiiito ruim aqueles dois tão brigando, medindo
forças, o Gald é da escuridão e o Guardião do bracelete o outro dragão
metálico, o Kaibel é de brilho, de luz ai fica assim: acende, apaga, acende,
apaga, acende, apaga, eu já to com dor de cabeça, você tem que fazer alguma
coisa!
—E o que você quer que eu faça?
—Me deixa ficar do seu lado, dormir aqui fora? Disse
fazendo biquinho.
—Ok! Mais nada de bagunça certo?!
—OBA!!!! E da um mergulho na piscina entrando nas espumas
refrescantes, fazendo com que Pandora de uma sonora gargalhada!
Enquanto isso, Chuck, Songue e Dinorc estavam em outro
aposento descansando do dia onde quase foram mortos, e agora estavam cobertos
de regalias, além da promessa de limparem seus nomes, agora eram heróis
imperiais!
O COLAPSO DO BRACELETE MÁGICO
O meirinho bate com o cajado no chão de mármore:
—A condessa de Plantageneta e seus companheiros de
viagem, os senhores Chuck, Songue, Dinorc, Anão, Gigante e Chefe Primos!
Então vergando seus mais belos trajes de gala os sete
companheiros de viagem entram no salão principal, onde o Imperador no seu trono
cravado de pedras preciosas e revestido do mais puro ouro, estava sentado em
almofadas de seda pura, repousando seus pés em dois tigres brancos, que
calmamente se lambiam.
Andando pelo tapete vermelho, nossos heróis se posicionam
na frente do Imperador.
O Imperador levantando-se solenemente chama:
— Senhor Anão, aproxime-se!
Anão, todo bem vestido: soube-se depois, que ninfas
resolveram fazer o tecido com o qual vestiram este homem de dois metros de
altura, por acharem que o garbo de sua postura seria perfeito para o caimento
do tecido. Aproximou-se do Imperador.
—Ajoelhe-se! Ordenou o Imperador.
Sacando de sua espada fala em alto e bom som:
—Por feitos de bravura e coragem concedo dez por cento do
tesouro recolhido pelo Ocean e – tocando os ombros de Anão três vezes – o título
de Cavalheiro, levante-se Sir Anão!
Então em meio aos aplausos ele se levantou e foi para
junto dos seus amigos, sorridente e orgulhoso.
— Senhor Gigante, aproxime-se!
Gigante estava todo garboso, as mulheres da aldeia eram
da raça dos anões, e logo se apaixonaram por Gigante. Trouxeram do interior das
cavernas, magníficos trajes, revestidos de cota de malha de ouro e de um tecido
mágico, que só os anões possuem de uma liga de titânio reluzente e finíssima.
—Ajoelhe-se!
Ordenou o Imperador.
Sacando de sua espada fala em alto e bom som:
—Por feitos de bravura e coragem concedo dez por cento do
tesouro recolhido pelo Ocean e – tocando os ombros de Gigante três vezes – o
título de Cavalheiro, levante-se Sir Gigante!
Gigante então levantou-se e se dirigiu para junto dos
companheiros, orgulhoso.
—Senhor Chefe Primos, aproxime-se!
O Chefe Primos era só sorriso nunca em sua vida estivera
em um palácio, e pelo que estava vendo ele receberia o mesmo que seus colegas
de mar. Estava vestido com vestes branquíssimas, que as damas do castelo, ao
saberem que se tratava de um bom cozinheiro, viram nele um bom partido,
tratando de encontrar o mais puro linho, do mais puro e branco algodão para que
ele se sentisse confortável, com um toque especial, ele colocou em volta de seu
pescoço um lenço vermelho, que uma bela dama lhe ofereceu.
—Ajoelhe-se! Ordenou o Imperador.
Sacando de sua espada fala em alto e bom som:
—Por feitos de bravura e coragem concedo dez por cento do
tesouro recolhido pelo Ocean e – tocando os ombros do Chefe Primos três vezes –
o título de Cavalheiro, levante-se Sir Primos!
Ele então voltou para junto de seus amigos.
—Agora queiram aproximassem Chuck, Dinorc e Songue.
Os três estranhando a ordem, pois até agora todos estavam
sendo chamados individualmente, dão um passo à frente obedecem e aproximam-se.
—General!
Os três levam um susto ao ver o general e uns trinta
soldados se aproximarem.
O General então toma a palavra, desenrolando um imenso
pergaminho.
—Os Senhores, Chuck Luchard, Dinorc Hanzel e o Bardo
Songue, são acusados de crimes contra o Império, assassinatos, força demasiada,
roubos, fraudes, e principalmente por enganar a guarda imperial diversas vezes
com artimanhas mágicas.
—Como vêem senhores à ficha de vocês é extensa, porém fiz
uma promessa a Condessa de Plantageneta, e vocês terão suas fichas limpas junto
a Guarda Imperial. Também a pedido da Condessa, vocês receberão cada um, um
artefato mágico vindo do tesouro do Ocean. Tragam o tesouro!
Então vindo da entrada surge o Mestre dos Magos
Imperiais, com uma bandeja com três braceletes. Estes braceletes têm
incrustados duas pedras mágicas.
O Mestre dos Magos toma a palavra:
— Estes braceletes não pertencem ao nosso mundo, vieram
parar aqui magicamente. Tem sua característica principal serem feito de
material simbiótico, e eles mesmos escolhem seus donos, a pedido da Condessa
vamos fazer o teste para saber se vocês são os escolhidos para serrem
portadores de tais jóias. Estendam seus braços! Ordenou.
Os três agora mais aliviados, pois por um momento
pensaram que iriam ser presos estendem cada qual o braço direito.
Imediatamente os braceletes tremulam sobre a bandeja e
saem voando, cada um para seu respectivo dono ou “parceiro”, o da direita pra
Dinorc com a pedra vermelha o do meio pra Songue com a pedra verde e o da
esquerda com a pedra branca vai ao encontro de Chuck.
Pandora
bate palmas de felicidade por ter acertado o destino dos braceletes.
O Mestre
dos Magos então fala:
—Estes
braceletes, jamais sairão de seus braços, as pedras são pedras mágicas,
chamadas pedras Oni, de grande poder. À medida que ela vai captando poder ela
irá mudar de cor, e quando ela se tornar azul, você terá um desejo realizado, e
branco, esta que te escolheu Chuck, faz você ter seus golpes na forma máxima,
alem de fazer ressuscitar dos mortos. Porém pensem bem ates de desejar, pois
não terá maneira de desfazer o desejo, ou quem você ressuscitaria. Elas também
têm uma característica mágica de poder guardar tudo que vocês quiserem dentro
delas sem alterar a matéria para peso e volume mínimos.
— Lady Pandora,
estes braceletes, pelo que pude estudar, pertencem ao mesmo plano de onde veio
Galdrageno. O que posso afirmar que vocês quatro estão ligados a um destino
maior.
O
Imperador, tomando a palavra continua:
— A vocês
três também são dados a cada um, dez por cento do tesouro do Ocean, depois
passem nos cofres Imperiais para receberem sua paga.
—Aproxime-se
Condessa de Plantageneta!
Ao
escutarem o chamado do imperador a Pandora, as galerias ovacionavam, gritavam
como se um pop star estivesse no recinto, assoviavam, aplaudiam eram todos
euforia.
Pandora
então se aproxima do Imperador, fazendo uma delicada reverencia. Ela estava
vestida diafanamente, parecia uma deusa em brilho e leveza. Ao seu lado está
Bill Blue, porém somente os que tinham um pouco de magia viam aquele ser
azulzinho com asas de borboleta que ficava voando ao redor dela.
—Condessa
de Plantageneta, é sabido da sua generosidade, doando parte do tesouro do Ocean
para a aquisição de terras, sementes, e material para construção de casas e
perfuração de poços, para a população que foi atacada pelos orcs. O Império
agradece a sua generosidade e a aceita de bom agrado assim como os votos de
fidelidade ao Império. Quero dizer-lhe que a sua parte do tesouro que restou
estará sendo enviada para o Ocean, que estará pronto em dois dias.
Então
fazendo mais uma mensura e sendo ovacionada pela plebe que se encontrava na
galeria ela volta-se para o encontro com seus amigos, quando de repente Pandora
da um grito, tem seu corpo sacudido, ela entra em colapso, do seu pulso está
saindo faíscas e Bill Blue mostra-se atemorizado.
O Mestre
dos Magos então corre até onde está Pandora e tocando sua fronte faz
desaparecer a si e a ela do meio do recinto.
O Imperador
toma a palavra diante da comoção geral:
—Não se
preocupem com a Condessa de Plantageneta. Ela está nas mãos do melhor e Maior
Mago de todos os tempos. Agora, vão pegar o que lhes é de direito.
—General!
—Sim
Vossa Majestade Imperial!
—Escolte
a todos que estão aqui para que recebam o que lhe é de justiça, e depois vá com
os aldeãos ate o Fórum Imperial para que possam receber as escrituras das
terras doadas pela Condessa, assim como as sementes e o ouro para compra do
material para construção de suas casas.
—Como
Ordenar!
Todos vão
com grande pesar em seu coração receber o que lhes cabe por direito. Sir Anão,
Gigante e Primos, resolvem que irão junto com os aldeãos fazer parte desta nova
vila. Despedindo-se assim dos nossos heróis.
Songue,
Dinorc e Chuck são convidados a ficar mais um tempo no palácio imperial, até
saber o que está acontecendo com Pandora.
Seguem
então, após receberem suas devidas pagas, e colocarem tudo dentro do bracelete
Oni, para a sala do Mestre dos Magos do Império.
O mestre
dos magos está muito atarefado, Bill Blue está ao lado dele, com muito medo.
— Ele é
mau, não sei o que fazer, não tenho poder para conte-lo! Bill Blue dizia isso
no momento em que os três adentram na sala.
—O que
está havendo com Pandora, e onde ela está? - Fala Chuck.
O Mestre
dos Magos olha para os três amigos e fala:
—Eu
previra que isso iria acontecer, só não sabia que seria tão cedo, acho que a
presença destes outros braceletes tenha afetado a estabilidade já instável do
bracelete de Pandora. O bracelete dela está com duas forças lutando entre si
para ver quem irá sobrepujar, porém a própria Pandora tem um grande poder
interior que ela mesma ainda desconhece e com o passar do tempo será
desenvolvido. É chegada à hora dela se mostrar Senhora sobre as duas forças que
estão atuando dentro do bracelete. Para que isso aconteça, ele terá que passar
por uma luta interior, então a coloquei numa sala a prova de magia, pois nesta
luta interior ela lutará com todas as suas atuais forças e poderá inclusive
gerar novos poderes ou aumento de poder.
—Que bom
que existe uma sala assim neste palácio! Eu sei o que ela é capaz. Fala Chuck
ao lembrar-se do Sirion.
—Enquanto
isso Pandora está em uma sala onde o grau de magia, por mais poderoso que seja
o mago, não surtiria efeito nem de um milionésimo de força. Fala o Mestre.
Pandora
em seu interior esta travando uma batalha dupla, de um lado está Galdrageno, o
qual ela tem que fazer submeter diante de seu poder. Uma luta é travada, Pandora
interiormente lança todo o seu poder, usa o Sirion, usa rochas de Ohara, usa
aumento de dano e pelo seu sangue élfico de descendência dos Deuses consegue
acalmar Galdrageno, agora se voltando com a mesma precisão para Kaibel, o
guardião do bracelete ela juntando forças a Galdrageno submete o majestoso
dragão metálico a sua vontade, fundindo o poder dos dois dragões.
Na sala
do mestre dos magos existe uma linda bola de cristal onde nossos amigos vêem o
infortúnio de Pandora, que parece muitas vezes ser lançada ao ar, e jogada ao
chão como uma simples pluma. De repente uma grande luz emana do bracelete e dos
olhos de Pandora que solta um terrível grito. Parecia ser o fim, mas observando
melhor Pandora está se transformando. O poder é tão intenso que parece que a
sala, que foi feita para selar poderes mágicos não irá agüentar. Pandora agora
urra de dor, o bracelete tem a sua gema dividida em três partes. Ficando
separados cada dragão em uma gema. E as roupas de Pandora que por um momento havia
quase se dissipado agora se tornou uma esplendorosa armadura de prata, tão
brilhante quanto poderia ser uma armadura de um elfo, como se partículas de
diamantes a revestissem. E ela então recobra a consciência. Sentido seu poder
mágico mais forte do que nunca.
O Mestre
dos Magos então a teleporta para a sala onde eles estão.
Todos se
congratulam, e felicitam Pandora por mais este feito.
Pandora
então questiona o Mestre dos Magos:
—Mestre,
pelo que pude sentir, após o aparecimento dos braceletes Oni, eu tive o meu
bracelete desestabilizado. Porém também senti que isso se deve a natureza de
Galdrageno, estou correta de pensar que naquele instante ele tenha ficado muito
mais forte, só com a presença das seis gemas místicas.
—Sim Pandora.
Foi isso que aconteceu. É chegada a hora do destino de vocês quatro. O fato dos
braceletes terem escolhido vocês, e o fato da presença de Galdrageno abre
precedente para que em breve um portal para o mundo do Deus do Vácuo seja
aberto. Infelizmente não posso dizer a hora em que isso irá acontecer, ou como
isso ocorrerá. Mas posso afirmar que o destino de vocês quatro estão selados e
que o poder que vocês tem hoje está apenas no início, como uma aprendizagem
para enfrentar os perigos que hão de vir no mundo de Galdrageno.
—Você Pandora,
agora tem três pedras em seu bracelete. Uma habita Galdrageno, pois só assim,
ele sozinho é que pode ser contido. Você tem a missão, lembre-se de educá-lo
para o bem.
—Na
segunda pedra está Kaibel, o Guardião do seu medalhão, que foi fundido a
Galdrageno, porém sua natureza de luz impedia de habitar com a natureza do
nada. Agora que você o submeteu plenamente ele como seu aliado dispõe de
artifícios de combate, que até agora você não tinha experimentado. A terceira
pedra é uma pedra Oni verde. Nela Bill Blue pode habitar e você terá o poder
que é dado às pedras de acordo com sua coloração.
—Para que
vocês todos saibam, as pedras Oni, tem as cores, Vermelha, de 1 a 49 Oni, que
pode ser usada para aumento de dano; Laranja, de 50 a 99 Oni, além do aumento
de dano concede desejos menores como alimentos, ou uma habilidade; Verde, de 100 a 499 Oni, que alem de fazer o que as
anteriores fazem tem o poder de curar o portador; Azul, de 500 a 999 Oni, faz
tudo que as outras fazem, porem pode curar outra pessoa e realizar desejos, e
finalmente a Branca, que tem mais de 1000 Onis, que faz a pessoa portadora além
de ter tudo que as anteriores tem, o portador torna-se imortal pois a pedra tem
por característica ressuscitar quem estiver com ela.
—Mas
Mestre, pergunta Pandora, o que é um Oni?
—Um Oni é
um ser que só é encontrado no mundo de Galdrageno. É uma espécie de ser alado,
que pelo pouco que tenho nos meus escritos e pesquisas é um ser maléfico. Porém
estas pedras foram feitas para aprisioná-los e utilizar sua força destrutiva
para o bem. São demônios dos ares, seres horripilantes, e vocês foram
escolhidos para combatê-los, estes braceletes são armas contra eles.
—Mais, se
vamos combater estes seres como chegaremos até eles?
—Isso eu
não sei, não posso prever, pois a presença de Galdrageno torna tudo muito
instável. Pode ser hoje, amanhã ou daqui a cem anos, só posso afirmar é que
vocês devem estar preparados.
—Obrigada,
Mestre. Ah só uma coisa, como sai essa roupa?
—Peça pra
que ela saia ao guardião do bracelete – diz Bill Blue
Pandora
ordena que a roupa se desfaça, reparando somente depois que estava com a roupa
em farrapos. Ela fica vermelha de vergonha e retira-se para seus aposentos.
Os três
heróis resolvem se retirar também para seus quartos depois de se despedirem do
mestre dos magos.
Os três
heróis ao entrarem no quarto de Pandora mais tarde, fazem uma exclamação:
—Um! É
assim que tratam a realeza. Um quarto só pra ela enquanto nós dividimos o
mesmo, fala Dinorc.
Pandora
então comenta:
—Bom,
amanhã o Ocean está pronto. Partiremos sem rumo em busca de aventuras. Quero
saber se vocês irão comigo?
—Pandora,
parece que você não escutou o Mestre dos Magos! Fala Chuck. Nós somos agora
seus aliados contra esta força destrutiva que pode acabar com o mundo que
conhecemos. É evidente que iremos com você.
— Ok!
Então tratem de descansar, pois o futuro que nos espera está cheio de aventuras
e perigos, boa noite a todos!
Então Chuck,
Songue e Dinorc, vão para os seus aposentos, na expectativa de um novo dia
repleto de magias, monstros, lutas e vitórias ao lado da Condessa de Plantageneta,
Pandora Plantageneta, e seu destino: Galdrageno.
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